Na grande entrevista que concedeu ao diário desportivo O Jogo, Otávio explicou como se processou a saída do FC Porto para o Al Nassr durante o verão.
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O jogador dos dragões confessa que a proposta saudita era impossível de recusar e destaca a inteligência de Pinto da Costa nas negociações.
“No início tive uma proposta de 40 milhões de euros, mas divididos. Era o valor da cláusula da altura, mas, lá está, dividido. É muito difícil algum clube pagar a pronto esse valor. Falei com o presidente, que seria bom para toda a gente, porque tinha renovado dois anos antes e essa era a promessa: renovava, ajudava o clube e, quando tivesse uma proposta boa, o clube também me ajudaria. Foi sobre isso que lhe falei. Sabia que era um momento crítico do FC Porto e, quando o presidente disse que não, eu respondi: ‘Tudo bem’. E fui embora. Uma conversa simples. Era a proposta da minha vida, mas não foi bem a chorar… [risos] Depois, nem esperava uma proposta de 60 milhões. O Al Nassr não tinha pago 40 M€. A verdade é que o presidente foi inteligente. Não sei se ele tinha alguma notícia ou sabia que eles iriam pagar, mas não sabia e achei que ia continuar. Mas uma proposta de 60 M€ é muito boa. Penso que fui a maior venda do FC Porto. Era difícil para o clube recusar, mesmo com o valor dividido. Até porque é muito difícil alguém pagar a pronto uma cláusula, quase impossível. O FC Porto vendeu muitos jogadores e penso que o único que foi pago a pronto foi o Vitinha, porque era muito novo, tinha margem de progressão e era um valor baixo para o que ele poderia vir a ser. O FC Porto aceitou os 60 M€ e foi bom para toda a gente“, começou por dizer.
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“Pelo valor que ia receber e pelo projeto do Al Nassr, era impossível recusar. Tenho 28 anos, já tinha ajudado o clube de todas as maneiras, tinha renovado na época difícil da covid-19 e também tinha uma proposta do Milan, o FC Porto sabia. Mas o FC Porto também me deu um bom contrato, é verdade, e renovei bem, mas sabendo que a partir do momento em que tivesse uma proposta boa poderia sair. Seria bom para toda a gente, com o clube a não ter de me pagar tudo o que tinha de pagar”, acrescentou.
O médio revela também que o negócio ficou concluído quando Sérgio Conceição estava a ser submetido a uma intervenção cirúrgica, algo que deixou o técnico azul e branco profundamente desagradado.
“É verdade que ele estava no hospital [devido a uma cirurgia aos joelhos], mas não foi com intenção de ser naquele dia. Ele achou que foi tudo feito só porque estava no hospital [risos]. A verdade é que ficou f…, aziado, mas é normal. Agradeci-lhe tudo o que fez por mim e ele já foi jogador, com certeza entendeu que era o meu futuro e o da minha família. Ainda lhe disse: ‘Vou novo, há muita margem para voltar.’ Despedimo-nos com um abraço, ainda fui visitá-lo no jogo do FC Porto a que assisti, mas estava sempre aziado comigo. Já era normal nele [risos]“, contou.
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