Segundo adianta o Correio da Manhã, a transferência de João Félix do Benfica para o Atlético de Madrid a troco de 126 milhões de euros está a ser alvo de investigação por parte do Ministério Público, na sequência do processo Cartão Vermelho.
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De acordo com a mesma publicação, a investigação do Ministério Público assenta em três pilares: os seis milhões de euros a mais que o Benfica pagou relativos a alegados custos de financiamento da operação, a comissão milionária paga a Jorge Mendes e Manuel Moreira de Sá, empresário do jogador e o próprio Félix, suspeito de fraude fiscal.
Sobre o primeiro ponto, o Benfica acordou a transferência de Félix a troco de 120 milhões de euros, mas recebeu 126 milhões. Os seis milhões de euros a mais foram justificados como sendo relativos aos custos de financiamento da operação.
No entanto, uma conversa intercetada e que remonta a 24 de junho de 2019, data em que o Benfica reportou à CMVM a proposta do Atlético de Madrid. Na conversa entre Miguel Moreira, ex-diretor financeiro dos encarnados, disse a Mario Aragon, responsável do clube espanhol, “foi feito um acordo por 126 milhões… que nós suportamos cinco, vocês suportam um milhão”.
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Ora refere o Correio da Manhã que o Ministério Público suspeita que esses seis milhões terão sido repartidos entre terceiros. Aliás, o próprio Vieira não sabia a que dizia respeito esse dinheiro.
Noutra escuta, datada de 26 de junho de 2019, Miguel Moreira diz: “Luís Filipe questiona ‘os seis milhões de euros não é o tal imposto de solidariedade pois não?’ Miguel responde que não… diz ‘eles’ inventam“.
Sob suspeita das autoridades está também a comissão que Jorge Mendes recebeu neste negócio. Foram 12 milhões de euros em comissão relativas à intermediação, que Mendes dividiu com Manuel Moreira de Sá.
Mendes ficou com 75 por cento do valor, ou seja, nove milhões de euros, enquanto Moreira de Sá ficou com os restantes 15 por cento, ou seja, três milhões de euros.
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Por último, João Félix é suspeito de ter escapado a pagamento de um imposto. Na origem desta suspeita está uma escuta telefónica entre Vieira e Miguel Moreira.
“Luís Filipe conta que depois telefonou ao advogado do ‘gajo’ muito aflito, a dizer que não se pode dizer que é o miúdo que vai pagar, senão o Fisco vai cair em cima do miúdo… e que Luís Filipe respondeu que nunca ninguém disse que era o miúdo que ia pagar… Miguel confirma que não, que vão sempre dizer o contrário, vão sempre dizer que houve cedência de parte a parte e por isso eles estão a pagar mais… Luís Filipe confirma e diz que foi feita uma cedência de parte a parte para terem o dinheiro na conta de 120 milhões“.
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