O Boavista-Benfica tiveram muitos lances que mereceram a análise dos analistas de arbitragem dos jornais O Jogo e A Bola.
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Ao contrário dos restantes colegas, Jorge Coroado entende Musa não deveria ter sido expulso. Quanto ao penálti contra o Benfica é unanimamente considerado como bem marcado.
Já Duarte Gomes considera que o António Nobre fez uma das melhores arbitragem da época.
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Veja abaixo todas as análises completas:
Duarte Gomes sobre o Boavista-Benfica:
1’ – Nunca é demasiado cedo nem demasiado tarde para exibir um cartão, desde que justificado e sem gestão possível. Apesar de ser a primeira infração do jogo, a entrada de Reisinho sobre Rafa foi negligente e bem sancionada com advertência.
11’ – Makouta esticou o pé à bola de forma intencional, tocando-a antes de atingir a perna de João Neves. A intensidade que o congolês colocou na disputa foi acima do desejável e necessário, o que o levou a derrubar de forma perigosa o adversário. Este é um daqueles lances que muitos chamam de alaranjado, ou seja, no limite entre amarelo e vermelho. A consequência acabou por não ser grave e a entrada não teve malícia. É justo aceitar a decisão do árbitro (amarelo por negligência), como também seria justo suportar outra opção disciplinar, caso Nobre a tivesse tomado.
14’ – Pérez chegou atrasado e pisou, com alguma negligência, o peito do pé de Kokçu. Os jogadores boavisteiros estavam insatisfeitos pelos três amarelos que viram até então, mas a verdade é que foram todos bem exibidos.
22’ – Excelente decisão do árbitro assistente ao validar o golo de Di María, que estava atrás da linha da bola quando Rafa lhe fez o passe.
39’ -Makouta disputou lance na sua área com Bah, que depois esboçou pedido de penálti, mas sem razão: o médio estava à frente do seu adversário quando este efetuou contacto ligeiro nas suas costas, que o desequilibrou, afetando a sua movimentação e posicionamento. Foi por força desse desequilíbrio que a bola, depois de ressaltar no solo, subiu para o seu braço direito (estava em posição natural). Nunca houve braço deliberado nem gesto na direção da bola. Lance legal.
50’ – Musa, apesar de ter calcado a bola e de ver a sola da bota resvalar depois para a perna direita de Abascal, foi bem expulso e procurarei explicar porquê: a abordagem do avançado croata foi por cima (até da própria bola), com a sola da bota levantada e acabou por atingir a perna direita do adversário em zona perigosa. O contacto foi de tal forma excessivo que terminou apenas com pisão posterior no pé do central. A entrada teve força, intensidade e impetuosidade suficientes para fazer perigar, de forma muito notória, a integridade física do uruguaio. Musa não teve malícia (isso pareceu evidente), mas numa divida, numa disputa de bola com adversários, os jogadores sabem que devem dosear a forma como entram aos lances, não podendo nunca correr o risco de lhes causar lesão tão séria como aquela que as imagens mostraram que podia ter ocorrido. Foi bem expulso. Este lance só foi diferente daquele que protagonizou Makouta na etapa inicial porque teve mais intensidade, velocidade e risco de consequência gravosa.
57’ – Jurásek foi derrubado à esquerda do seu ataque, mas fora da área do Boavista. Apesar de também estar a carregar o adversário em simultâneo, a infração do defesa foi mais notória e teve maior impacto no jogo. Decisão correta de Nobre ao assinalar pontapé-livre direto para o Benfica.
60’ – Tiago Morais caiu na área do Benfica, ao sentir a presença e contacto ligeiro de Bah nas suas costas. A queda não foi consequência da ação do lateral. Bem o árbitro ao nada assinalar.
65’ – Rafa foi negligente na forma como derrubou o adversário e viu o amarelo de forma acertada.
67’ – Onyemaechi derrubou Bah após entrada antidesportiva e foi bem sancionado com advertência.
69’ – Filipe Ferreira fez menção de tocar na bola com o braço esquerdo, mas acabou por ter a felicidade de só o fazer com a zona considerada como ombro. Isso tornou legal a abordagem. Na sequência, Rafa rematou à barra. Esteve bem o árbitro na análise de toda a jogada.
88’ – Penálti bem assinalado, após derrube ostensivo de António Silva sobre De Santis. O central saltou a dois pés em tentativa limite de corte, acabando por atingir as pernas do adversário. Lance indiscutível. Amarelo bem mostrado, porque a infração foi negligente.
90+10’ – Bruno Lourenço atingiu o gémeo/calcanhar esquerdos de Florentino em falta por trás, com a bola jogável apenas à frente e em zona mais descaída à direita. O boavisteiro usou a sola da bota e fez perigar seriamente a integridade física do médio encarnado. O amarelo inicialmente exibido foi bem revertido para vermelho, por indicação oportuna do videoárbitro.
90+13’ – Bozeník partiu de posição legal para marcar o terceiro do Boavista. Excelente decisão do árbitro assistente ao avaliar lance rápido e difícil (o ponta de lança eslovaco partiu em velocidade do seu próprio meio-campo).
