Na conferência de imprensa de apresentação como novo selecionador nacional, Roberto Martínez recordou o trabalho que fez na Bélgica e definiu como objetivo manter a competitividade da Seleção Nacional.
“Sim. Boa pergunta. O importante é sermos uma Seleção muito competitiva. Quando penso no meu percurso internacional, em seis anos e meio estivemos invictos em 28 jogos para grandes torneios. É uma forma de criar uma competitividade dentro da equipa. Portugal tem de ter sempre vontade de ganhar tudo e para isso é preciso ser uma equipa moderna, com flexibilidade tática. Jogar com uma linha de três ou quatro defesas depende dos jogadores, e será meu trabalho e da equipa técnica tirar o máximo de cada jogador. A flexibilidade tática é muito importante. Se vamos jogar em transições, temos de estar bem estruturados sem bola e dar aso ao talento que temos com bola. Temos de controlar jogos. Essa flexibilidade tática dependerá dos jogadores“, afirmou.
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“Como selecionador rival, na altura, sempre vi Portugal muito competitivo. Temos de ir buscar jogadores que possam expressar o seu talento. Uma equipa que nunca pode perder a competitividade. Pouco a pouco temos de trabalhar como um clube. Gosto sempre de trabalhar com a formação. Os conceitos, à medida que vão subindo, têm de ser muito claros, e esse é um dos pontos importantes que uma equipa tem de ter em conta”, acrescentou.
O técnico espanhol não esconde o sonho de ser campeão da Europa com as cores portuguesas, mas lembra que é tudo passo a passo.
“Claro. Acredito que é preciso sempre sonhar alto. O que é importante é que se entenda o processo. Se não nos qualificarmos para o Europeu, não o podemos ganhar. Temos de assentar as bases, começar em março com dois jogos e a partir daí é preciso sonhar. Esta equipa tem de representar o povo português e vamos lutar para isso. O talento está cá, e a intenção de todos também. No meu primeiro contacto com a Federação, deu para perceber que a intenção e a maneira de trabalhar está muito clara. Acredito no projeto, nos jogadores, e estou ansioso para que possamos crescer juntos”, referiu.
Questionado sobre o peso de substituir Fernando Santos, o selecionador mais bem-sucedido da história da Seleção Nacional, Martínez só vê vantagens.
“Para mim, sempre é mais fácil ser sucessor de um grande selecionador, podemos continuar o grande trabalho que fez. Cada treinador trabalha de maneira distinta, mas a ideia é agradecer a Fernando Santos pelo grande trabalho que fez, e tentar pegar nisso e continuar no futuro“, disse.
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Por último, o novo selecionador nacional pretende integrar portugueses na sua equipa técnica.
“A estrutura da equipa técnica está clara. Depois de sete anos no futebol mundial sei exatamente o que é preciso, vamos finalizar isso nos próximos dias. Mas gostaria de ter um assistente português, que tenha sido jogador da Seleção e tenha carreira internacional. Acredito que seria muito importante para acelerar o nosso entendimento pelo futebol português. Sistemas? Não acredito nisso. Acredito nos jogadores, no ser humano e no talento. É preciso ser taticamente flexível para tirar ao máximo tudo o que cada jogador tem, não adapto jogadores aos sistemas”, concluiu.