Pedro Pablo Pichardo, triplista luso-cubano, admitiu que pode estar a considerar o final da sua carreira, após conquistar a medalha de prata nos Jogos Olímpicos de Paris’2024. Num desabafo emocionado, o atleta revelou estar desmotivado, apontando a falta de apoio do Benfica e das instituições governamentais como fatores que o levam a pensar em pendurar as sapatilhas.
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Pichardo, que se sagrou vice-campeão olímpico na capital francesa, expressou a sua frustração com os problemas que tem enfrentado, tanto no clube como a nível institucional.
“Não sei. Estou um pouco desmotivado. Muitos problemas com o clube, falta de apoio das instituições, do governo. Estou um pouco desmotivado. Estava a pensar retirar-me depois de hoje. A minha família tem falado para continuar, mas ainda não sei. O que está na minha cabeça é ficar por aqui já“, afirmou em entrevista à RTP2. Apesar desta desmotivação, o atleta mostrou-se feliz com a sua prestação em Paris, embora tenha lamentado a perda do ouro por apenas dois centímetros.
O triplista revelou que prescindiu do quinto salto na final devido a uma pequena dor, seguindo as instruções do treinador. Mesmo assim, conseguiu terminar a competição com uma boa sensação, apesar de não ter alcançado o ouro que tanto desejava.
“Hoje, infelizmente, cometi erro na corrida, não acertei na tábua. E perdi o ouro por 2 centímetros. É continuar a trabalhar, cabeça levantada e seguir para a frente“, declarou Pichardo, que igualou o feito de Carlos Lopes, tornando-se um dos melhores portugueses na história do atletismo olímpico.
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Posteriormente, Pichardo voltou atrás na palavra e já admitiu continuar a representar o Benfica, mediante certas condições.
“Já não tenho o apoio que tinha no início. Tenho uma parceira que me ajuda, a Puma, mas é complicado. Eu tenho 31 anos, tenho três filhos, já não estou para isso. Quero também agradecer o apoio da Câmara de Setúbal. As coisas não têm corrido muito bem. Falta apoio para os atletas. Em Portugal é só futebol. Espero reunir-me com o Presidente do Benfica, Rui Costa, para encontrar soluções, e espero que a diretora do clube me deixe em paz, Ana Oliveira“, referiu.
“Eu quero ficar no Benfica, mas com melhores condições e que a diretora me deixe em paz. Vou treinar, vou competir pelo clube, mas não quero ter contactos com a diretora. Eu enviei mensagens ao presidente, que me disse que nos íamos reunir depois dos Jogos Olímpicos”, acrescentou.
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A incerteza em torno do futuro de Pichardo preocupa o desporto nacional, dado o talento e as conquistas que o atleta trouxe para Portugal. No entanto, o triplista deixou em aberto a possibilidade de continuar, dependendo do apoio que receber nos próximos tempos.
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