Os especialistas de arbitragem dos diários desportivos O Jogo e A Bola, analisaram o trabalho de André Narciso no Estoril-Benfica.
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A unanimidade é total em todos os lances de principal dúvida. Nos lances, ambos na área dos estorilistas, entre Tiago Araújo e Tengstedt e a mão de Bernardo Vital, o árbitro considerou não haver motivo para penálti, decisão considerada acertada pelos especialistas.
Houve também dúvidas no lance entre Florentino e Heriberto na área do Benfica que não foi considerado grande penalidade e que passou na avaliação dos especialistas.
Os especialistas também consideram que o penálti assinalado a favor do Benfica por falta sobre Chiquinho foi bem revertido.
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Veja abaixo a análise completa.
A análise de Duarte Gomes
André Narciso foi designado para dirigir o GD Estoril -Praia /SL Benfica, que ontem se disputou no António Coimbra da Mota, na Amoreira. O árbitro da AF Setúbal recebeu a colaboração, à distância, do portuense Rui Costa, que desempenhou a função de vídeo árbitro.
Segue análise técnica aos lances mais relevantes do encontro:
11′ Tengstedt arrancou da esquerda em fora de jogo. O árbitro assistente fez compasso de espera mas levantou a bandeirola logo de seguida, quando o dinamarquês cruzou para o centro da área adversária, criando oportunidade prometedora. Não levantando no início, devia ter esperado pelo desfecho da jogada. Narciso seguiu a indicação e interrompeu o jogo. Felizmente a decisão foi boa, o timing é que não.
24′ Tengstedt isolou-se à direita e criou perigo junto da baliza de Marcelo Carne, partindo de posição legal. Aqui esteve bem o árbitro assistente.
34′ Lance bom para esclarecimento técnico: Tiago Araújo encostou o braço direito nas costas de Tengstedt quando este esboçava tentativa de cabeceamento para a baliza adversária. Contactos naquela zona do corpo são por regra suspeitos, mas este só existiu porque o defesa do Estoril não conseguiu evitá-lo. É que o avançado dinamarquês, que estava à sua frente e em corrida, desacelerou a marcha e desviou ligeiramente para a esquerda, para tentar jogar a bola. Foi inevitável que o contacto se desse nessas circunstâncias. Nota importante: a jogada nasceu após lançamento de João Mário para Rafa Silva, que pareceu ter arrancado de posição irregular. Se o lance tivesse resultado em pontapé de penálti (ou até em golo), o VAR seguramente iria pronunciar-se sobre esse momento.
41′ Muito boa a forma como André Narciso vendeu a decisão de exibir cartão amarelo a Cassiano, após entrada antidesportiva sobre Trubin: o aparato da infração podia gerar conflitos e/ou confrontos entre ele e alguns jogadores encarnados. O árbitro, ciente disso, colocou de imediato o cartão na mão. Essa foi uma forma inteligente e sensata de evitar que os ânimos se exaltassem, tranquilizando aqueles que esperavam por justifica. É a tal diferença entre apitar e arbitrar. Muito bem.
49′ Chiquinho carregou de forma continuada e ilegal as costas de Guitane. A infração, por si só, já seria antidesportiva, mas cortou ainda ataque prometedor do adversário. Foi advertido com justiça.
53′ Pontapé-livre por assinalar por falta de Pedro Álvaro sobre Tengstedt (o avançado do Benfica foi puxado pela camisola, mas o árbitro não conseguiu ver). A infração, por impedir jogada prometedora, era passível de cartão amarelo.
58′ Bola tocada por Rafa foi bater no braço direito de Vital, que estava junto ao corpo, em posição natural e não fez qualquer movimento desnecessário ou de risco. Narciso estava perto e em excelente posição para analisar. Decidiu muito bem.
61′ Amarelo bem mostrado a António Silva por cometer falta tática (no caso, placagem) sobre Heriberto. Infração antidesportiva.
62′ Heriberto travou irregularmente Rafa, impedindo taticamente a sua saída. Foi advertido com justiça.
63′ Excelente intervenção de Rui Costa, VAR da véspera, ao recomendar ao seu colega que anulasse o pontapé de penálti que erradamente assinalara em campo. O setubalense foi ludibriado, mas na verdade foi Koindredi quem tocou primeiro na bola e Chiquinho quem pontapeou o seu pé (não o contrário). Que nunca restem dúvidas sobre a importância da vídeo tecnologia, quando usada desta forma.
71′ Mateus Fernandes agarrou Rafa, impedindo-o de iniciar saída que podia ser prometedora. A infração antidesportiva foi bem sancionada com advertência.
90+3′ Golo de António Silva, na sequência de um pontapé de canto e após assistência de Peter Musa: o central encarnado estava atrás do penúltimo adversário (no caso, Alejandro Marquez) quando o croata lhe endossou a bola. Excelente análise do árbitro assistente, em lance determinante na partida.
Nota 7