Na conferência de imprensa de antevisão ao jogo com o Casa Pia, Rúben Amorim anunciou as ausências de Coates, St. Juste e Neto para esta partida e diz querer recuperar a chama perdida do Sporting, perante a crise de resultados.
“O Neto continua em tratamento, o Coates está fora deste jogo e penso que no do Tottenham também, vamos tentar recuperá-lo para o Arouca. O St. Juste está fora, o Bragança já sabemos. Em relação ao jogo, os nossos rivais diretos é o Casa Pia. Esse é o jogo mais importante, o único jogo que conta. Tínhamos sempre de ganhar ao Varzim, mas obviamente que perdendo na primeiro eliminatória que jogámos na Taça, obviamente que temos de ganhar como sempre e recuperar a chama que sempre tivemos. Isso é o mais importante, mais do que os títulos, o dinheiro ou a valorização dos jogadores. Estamos a perder um bocadinho a chama e temos de a recuperar. É um jogo importantíssimo“, afirmou.
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O técnico leonino foi também questionado sobre a polémica que deu muito que falar, quando referiu que a culpa não ia morrer solteira, ao referir-se à crise de resultados.
“Essa resposta foi depois de um jogo, e no fim do campeonato a culpa será sempre minha, esteja eu aqui dois dias, um ano ou dois. Serei sempre eu o responsável, e se mantivermos esta cadência de resultados, eu serei o responsável e se tiver de seguir em frente, sairei. Foi esta a exigência que metemos no clube e é assim que quero funcionar aqui. Foi isso que quis dizer, peço desculpa se dei a entender que os responsáveis eram outros. No fundo foi dizer que isto ainda não acabou, há muito a fazer, e no fim eu farei a avaliação e o responsável serei eu. Agora é ganhar ao Casa Pia e seguir em frente”, referiu.
Amorim voltou a falar na intenção de apostar na prata da casa e abordou a insatisfação dos adeptos.
“Não vai haver revolução nenhuma. As coisas estão a ser bem feitas, os resultados não estão a sair mas as coisas têm uma direção. Perguntaram-me se haveria um ataque ao mercado para salvar a época e eu disse que não. Temos o nosso projeto, miúdos a surgir e temos de criar oportunidades para eles, mas isso é algo que estamos a fazer há três anos. Quanto aos adeptos, têm sido sempre muito justos: quando ganhávamos, jogávamos bem e mostrávamos fome, estiveram sempre connosco, até quando perdíamos jogos difíceis de encaixar. Desta vez fomos eliminados da Taça, não estamos bem no campeonato, estamos na luta na Liga dos Campeões… temos de encaixar tudo o que os adeptos nos quiserem mostrar. A responsabilidade está do nosso lado e temos de mostrar a mesma identidade. Contra o Varzim também a mostrámos, mas faltou qualquer coisa. Tem muito a ver com essa chama e temos de aumentar a fome em todos os jogos. Em termos de exibições empurramos os adversários, mas temos de ser mais agressivos e marcar golos. As outras equipas chegam lá quando ganham uma falta, um livre para a área e tem sido um problema”, disse.
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Sobre o impacto do clássico entre FC Porto e Benfica nas contas do Sporting, o treinador verde e branco mantém o foco apenas no Casa Pia.
“O nosso rival neste momento é o Casa Pia. Está à nossa frente e temos de ganhar para os ultrapassar. Temos de dar uma boa resposta com intensidade, empurrar o adversário para trás, ter cuidado com as transições, com o Godwin, sabemos disso tudo. Temos de ser mais rigorosos. Não interessa o depois de amanhã, os outros jogos, interessa ganhar ao Casa Pia e manter a identidade. Durante esta época, houve poucos adversário que conseguiram dividir o jogo connosco, e mesmo assim mataram-nos em certos momentos do jogo. Tínhamos tempo para dar a volta frente ao Varzim, mas isso vem da inexperiência de alguns jogadores e do momento da equipa. Isso tem a ver com a tal chama que falo, que é importante para nós e na ligação com os adeptos. Muito do que conquistámos nestes anos tem a ver com isso, e isso não podemos perder”, frisou.
“Estou muito focado no que é o nosso jogo, só o Sporting interessa. Salvar a época? No fim vamos fazer a avaliação e logo se vê. Partindo pela base que no ano passado foi escasso apesar do 2.º lugar, da prestação na Liga dos Campeões, etc. Já vi coisas mais difíceis a acontecerem no futebol. Temos de começar no Casa Pia, aumentar a intensidade e dar tudo o que temos. O resto vai tornar-se possível com o tempo”, acrescentou.
Amorim descarta ainda a ideia de gerir a equipa em função do importante jogo da próxima semana na Liga dos Campeões diante do Tottenham.
“Não pensamos no jogo com o Tottenham. O futuro do clube passa muito mais por voltar à Liga dos Campeões, o campeonato é a prioridade. O Casa Pia sofre muito poucos golos, joga com o nosso sistema, pode apresentar-se em 5x4x1 ou 3x4x3 ou com três médios. Já falei com o Filipe sobre isso. Vêm sem qualquer responsabilidade, estão à nossa frente à 10.ª jornada. Tivemos um treino a mais esta semana e trabalhámos a pressão na saída de bola. É uma equipa muito competente, muito tranquila, com um treinador muito talentoso, e com um jogador especial nas transições, o Godwin. Sofremos muito com o Gorré [do Boavista], que conseguiu transportar o jogo. Temos a responsabilidade toda num momento de pressão. É muito bom jogar no Sporting mas neste momento temos de responder”, salientou.
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Outra ausência que Amorim confirmou foi a de Ricardo Esgaio.
“O Esgaio ainda não vai ser convocado esta semana por coisas específicas. Da mesma forma que Esgaio não descansou em vários jogos, agora é a vez dele descansar. O Porro vai jogar mas não vai fazer os três jogos por semana, é difícil para ele. Estamos a fazer o planeamento consoante o descanso dos jogadores, é normal. Estamos a fazer a gestão normal do plantel. Estou a aprender a ter maus resultados. Perder 6 jogos em 14 não é habitual quando perdíamos menos em duas épocas e pouco. Vou passar por isso mais vezes, e aprendo todos os dias mesmo quando estou bem. Mesmo estando sempre a ganhar, fui sempre preparando isto, não fui apanhado de surpresa. Sabia que podia acontecer e tenho a certeza que podemos dar a volta. A chama é o que nos liga a todos aqui dentro, e isso não podemos perder. Jogos todos podem perder“, disse.