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Pepa revela a chapada de luva branca que deu a Sérgio Conceição e muitos críticos

Sérgio Conceição, treinador do FC Porto e Pepa, técnico do P. Ferreira

Pepa tem divulgado uma espécie de série em que dá conselhos motivacionais, à qual decidiu apelidar de Nunca Desistas dos Teus Sonhos.

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O atual treinador do Al Tain recordou o dia em que o seu Tondela fora goleado pelo Benfica por 1-5. Muitos foram os que levantaram a ideia de que os beirões facilitaram diante dos encarnados, entre os quais Sérgio Conceição.

Em Tondela, encontrámos uma equipa muito agressiva e ontem [referindo-se ao jogo com Benfica] parecia passiva no jogo“, chegou a dizer o treinador do FC Porto, a 18 de dezembro de 2017.

Pepa revelou a medida que tomou para evitar que os seus jogadores se deixassem afetar por este tipo de considerações.

No primeiro treino da semana, cheguei ao balneário com todos os recortes de jornais e as acusações mais patéticas e no meio dos jogadores acendi um isqueiro, queimei todas as palavras que colocavam em causa o nosso profissionalismo, o nosso brio e a nossa vontade de vencer. Pedi-lhes para fazerem o mesmo e queimarem da sua memória tudo o que tinha sido dito e escrito. ‘A nossa resposta vai ser dada mas é dentro de campo“, escreveu.

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No entanto, nessa mesma temporada, Pepa conduziu o Tondela à manutenção com uma vitória na Luz diante do Benfica por 2-3.

Num estádio cheio de adeptos do Benfica a pedirem o penta, fui expulso numa arbitragem polémica, jogámos com o vento contra, mas não havia nada a fazer. Os Deuses do Futebol estavam connosco e fez-se justiça. Resultado final: exibição quase perfeita, vencemos 3-2 e carimbámos a manutenção em pleno Estádio da Luz. Apesar de não precisar de provar nada a ninguém, esta foi das maiores bofetadas de luva-branca que pude dar na minha carreira“, escreveu.

Veja abaixo a mensagem na integra.

“Nunca Desistas dos Teus Sonhos 13/20 Tondela

Na segunda época em Tondela, aconteceu um episódio que mexeu muito comigo e que ficará para sempre gravado na minha carreira. Decorria a 15ª jornada da I Liga e recebíamos o Benfica. Um jogo em que tudo nos correu mal (fizemos 10 faltas e 1 remate à baliza) e a eles, tetracampeões nacionais, tudo correu na perfeição. Resultado final: derrota por 1-5.

Após este jogo, fomos massacrados na imprensa, disseram tudo sobre a nossa falta de carácter nas redes sociais; comentadores, adeptos rivais, quase toda a gente que está neste pequeno mundo do nosso futebol tinha uma certeza: o Pepa e o Tondela tinham aberto as pernas ao Benfica. A somar a isto, outro episódio grave, um colega de profissão, treinador de um dos rivais do Benfica veio a público afirmar que a equipa do Tondela tinha sido muito pouca agressiva.

No primeiro treino da semana, cheguei ao balneário com todos os recortes de jornais e as acusações mais patéticas e no meio dos jogadores acendi um isqueiro, queimei todas as palavras que colocavam em causa o nosso profissionalismo, o nosso brio e a nossa vontade de vencer. Pedi-lhes para fazerem o mesmo e queimarem da sua memória tudo o que tinha sido dito e escrito. “A nossa resposta vai ser dada mas é dentro de campo!”

Nessa altura tinha muita vontade de falar, entrar em directo nos programas desportivos para responder, esclarecer tudo, mas concentrei-me na única coisa que estava ao meu alcance: preparar a equipa o melhor que podia.

Uma volta depois, na Luz, preparei toda a vertente técnico-táctica e no final da palestra, antes de entrarmos em campo, disse aos jogadores:
“Lembram-se do massacre que levámos na 1ª volta e eu vos pedi para colocarem uma pedra sobre o assunto? Para responderem dentro de campo? Então está na altura de levantarem essa pedra e mostrarmos dentro de campo toda a nossa personalidade e carácter!

Num estádio cheio de adeptos do Benfica a pedirem o Penta, fui expulso numa arbitragem polémica, jogámos com o vento contra, mas não havia nada a fazer. Os Deuses do Futebol estavam connosco e fez-se justiça.
Resultado final: exibição quase perfeita, vencemos 3-2 e carimbámos a manutenção em pleno Estádio da Luz.

Apesar de não precisar de provar nada a ninguém, esta foi das maiores bofetadas de luva-branca que pude dar na minha carreira. Infelizmente, estes episódios continuam a repetir-se no nosso futebol por pessoas maldosas e a colocar em causa o carácter de profissionais honestos e trabalhadores. Respeito!”

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