Nuno Mendes, mais conhecido por Mustafá, líder da claque Juve Leo, entregou-se voluntariamente às autoridades esta quinta-feira, no Estabelecimento Prisional de Sintra, para dar início ao cumprimento da pena de seis anos e quatro meses a que foi condenado em 2019, por envolvimento em assaltos a residências. A decisão, proferida pelo Tribunal de Cascais, chegou após uma série de recursos apresentados pela defesa, todos rejeitados pelos tribunais superiores, tornando a sentença definitiva.
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Desde novembro de 2023, estava pendente um mandado de detenção contra Nuno Mendes, que se apresentou na prisão acompanhado pelo seu advogado, Rocha Quintal. Este caso, que captou a atenção pública e mediática, insere-se num processo mais amplo que incluiu mais 14 arguidos, entre eles três agentes da Polícia de Segurança Pública (PSP) e o ex-inspetor da Polícia Judiciária, Paulo Pereira Cristóvão, também ele condenado e que se entregou no início do mês na cadeia de Évora para cumprir uma pena de sete anos e meio.
Durante o julgamento, ficaram provados os envolvimentos de Pereira Cristóvão e Mustafá na preparação e execução de dois assaltos a residências, um no Atrium Cascais e outro na Avenida do Brasil, em Lisboa, ambos ocorridos em 2014. Em nenhum dos casos os assaltantes conseguiram levar dinheiro, apesar de terem sido retirados 145.000 euros de um cofre numa das residências, com os arguidos a declararem em julgamento que apenas levaram 80.000 euros.
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O processo revelou ainda o papel aterrorizador de um dos agentes da PSP, que, armado, ameaçou as vítimas durante o assalto. As penas aplicadas aos envolvidos variam, com dois dos agentes da PSP a serem condenados a 16 e 17 anos de prisão, respetivamente, enquanto uma agente recebeu uma pena suspensa de três anos e cinco meses.
Este caso põe em evidência os desafios na luta contra a criminalidade organizada e a corrupção dentro das forças de segurança, levantando questões sobre a integridade e a confiança nas instituições responsáveis pela aplicação da lei. A condenação de figuras ligadas a grupos de adeptos e ex-funcionários da justiça sublinha a importância de uma vigilância constante e de uma justiça eficaz para manter a ordem pública e a segurança dos cidadãos.
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