Nacional

Miguel Sousa Tavares: ‘Este é o FC Porto mais fraco da última década’

Miguel Sousa Tavares, comentador afeto ao FC Porto

No seu espaço de opinião no diário desportivo Record, Miguel Sousa Tavares revelou as suas perspetivas para o seu FC Porto em 2024.

Veja também: Gesto de Ronaldo leva menino às lágrimas e o momento já é viral (VÍDEO)

O comentador afeto aos dragões confessa o seu pessimismo, começando por se referir à equipa portista como a mais fraca da última década. Por isso, Sousa Tavares não vê capacidade nesta equipa para conquistar o título e bater-se diante do Arsenal nos oitavos de final da Liga dos Campeões.

O também jornalista também vê com muita desconfiança que o clube venha a dar a volta às dificuldades financeiras até ao final de 2023, como Pinto da Costa havia dito em entrevista.

“1 –Não tenho grandes expectativas para 2024 no que ao meu clube diz respeito. Como já aqui escrevi, esta é talvez a mais fraca equipa de futebol do FC Porto, pelo menos, da última década. A defesa é o desastre que está à vista, só segura pela classe em fase terminal de Pepe e a categoria de Diogo Costa: a lesão de Marcano foi um golpe tremendo e não reparado na altura certa. O meio campo é um deserto de ideias e competência, que vivia da inspiração única de Otávio, logo vendido à primeira oferta, decorridas apenas três jornadas do campeonato e a acrescentar à saída de Uribe – nenhuma das duas compensada sequer de longe. E o ataque, o sector menos desfalcado, atravessa uma crise de rendimento e concretização a que não será alheia a falta de jogo fornecida pelo meio campo. Há meia dúzia de jogadores, se tanto, com capacidade para serem titulares habituais de uma equipa com as responsabilidades e o estatuto do FC Porto e o resto são jogadores banais ou medíocres. Se bem que estejamos apenas a 3 pontos do duo lisboeta da frente – e depois de duas derrotas em Lisboa jogando longo tempo em inferioridade numérica – e ainda em prova na Liga dos Campeões, depois de ultrapassada a primeira e decisiva fase, não vejo ali capacidade de superação para ir buscar o título nacional e, menos ainda, dar conta do Arsenal nos oitavos-de-final da Champions. Oxalá pudesse estar enganado, mas há muito anos que sigo de perto o FC Porto e julgo saber sentir quando é que temos equipa para ultrapassar as dificuldades e quando é que não temos.
Por outro lado, não alimento ilusões sobre o tal milagre financeiro/contabilístico que conseguirá, como que por magia, fazer desaparecer até ao final do ano – isto é, nos próximos dias – o déficite aterrador que a “gestão de sucesso” da SAD acumulou. O Pai Natal já era e os 55 milhões do Euromilhões, que eu saiba, não saíram ao FC Porto. Mas como essa, a par da qualificação para os ‘oitavos’ da Champions, era uma das condições para a enésima recandidatura de Pinto da Costa, lá teremos então mais uma vez a mesma história contada às criancinhas e novo mandato dele e da sua gente. Só más notícias. E, sobre tudo isto, uma indiscutível sensação de desgaste e descrédito, de filme já, demasiadamente visto, com actores que parecem saídos de um museu de cera olhando o vazio”, escreveu.

Veja também: Martínez reage a acusações de não querer chamar jogadores do Sporting

Posteriormente pronunciou-se sobre o caso David Carmo, tecendo duras críticas à sua contratação, com a qual nunca concordou, considerando que o central nunca havia mostrado qualidade no SC Braga.

“2- Escrevi aqui há tempos, em título: “Ou cai o Carmo ou cai a Trindade”. Caíu o Carmo, claro, como não podia deixar de ser, muitos danos e estúpidas ilusões depois. Não gosto de malhar em quem está caído, mas, de facto, nunca consegui entender as ilusões. David Carmo tinha feito alguns, poucos, promissores jogos pelo Braga, não mais do que isso, quando num Braga-Porto, primeira mão de um jogo da Taça, apanhou pela frente Luís Díaz, então o melhor jogador portista. O FC Porto já ganhava por 1-0 e Luis Díaz estava a pintar a manta quando ensaiou novo remate à baliza: já depois do remate partir, surge a perna de David Carmo a estender-se à frente, tornando inevitável o pontapé do colombiano na perna do português, com a consequente fractura da tíbia. O episódio foi típico do que viria a ser o futebol de Carmo, exposto depois ao serviço do FC Porto: mau posicionamento no lance, chegada atrasada ao corte, reacção intempestiva e sem pensar, a seguir. Fantástico foi o que aconteceu depois: o árbitro, que, logicamente, nada tinha assinalado (uma vez que não podia assinalar falta contra o Braga), foi chamado pelo VAR e… expulsou Luis Díaz por suposta agressão! E a coisa teve consequências: o F.C. Porto, que estava na iminência do 2-0, viu-se a jogar com 10 durante uma eternidade (um hábito) e acabou por ver o Braga empatar e, na segunda mão, ganhar 3-2 no Dragão, sendo assim eliminado da Taça. David Carmo esteve oito ou nove meses a recuperar da lesão e, mesmo sem ter voltado a jogar, foi comprado pelo FC Porto, naquela que foi a mais cara aquisição da sua história. E eu pergunto-me assim: como é que tanta gente conseguiu escrever que estava ali um excelente jogador, que apenas não se conseguia libertar do peso do custo da sua transferência? Mas onde, quando, é que ele deu provas dessa excelência? Enfim, desejo-lhe toda a sorte do mundo na profissão que escolheu, mas com outras cores, por favor“, escreveu.

Veja também: Mourinho perde a paciência e toma decisão drástica sobre Renato Sanches

Por último deixou duras críticas ao VAR.

“EU TAMBÉM NÃO GOSTO DO VAR
E já que acima falei de um dos inacreditáveis erros do VAR que me ficaram na memória, vem ao caso dizer que não é só Roger Schmidt que não gosta do VAR, em geral e tudo ponderado: eu também não gosto. E esta é a altura certa para o dizer visto que o FC Porto vem de um jogo em que viu dois golos do adversário serem anulados pelo VAR, contra um seu – off-side que não precisava de VAR para ser anulado. Também o segundo golo anulado ao Sporting não precisava de VAR, porque houve duas faltas atacantes que o árbitro deveria ter visto por si só. Já o primeiro foi anulado por uma falta que só o VAR viu e que foi um golo lindo. Como é óbvio, tenho visto decisões ora a favor de uns ora de outros, muitas incompreensíveis, outras profundamente irritantes (no Estoril-Porto para a Taça da Liga, o VAR anulou um golo magnífico de Francisco Conceição puxando a fita cinco lances atrás para assinalar um off-side, mesmo depois de um jogador do Estoril, entretanto, ter jogado a bola). Irrita-me ver golos anulados por off-sides de menos de 10 centímetros, que ninguém, fiscal-de-linha incluído, viu no campo, ou por uma bola que roçou numa mão, sem se desviar, antes de entrar na baliza, ou por força das tais jogadas em que se vai atrás, cinco ou seis lances, sem se perceber onde estará o limite do rewind. Não percebo que o VAR se sobreponha ao árbitro de campo para decidir se um jogador deve ou não levar um vermelho directo (como o Pepe, a quem o árbitro, em cima da jogada, nem amarelo mostrara), ou para decidir se um lance de interpretação subjectiva é ou não pénalti – não só porque é o árbitro quem está ‘dentro’ da jogada, mas também porque nada leva a crer que o VAR seja mais competente para julgar que o árbitro do jogo. Mas o que mais me irrita, acima de tudo, são duas coisas: a quantidade de golos que o VAR rouba ao futebol, e a alegria, a espontaneidade e a emoção que um senhor sozinho, sentado numa poltrona, é capaz de roubar a milhares de espectadores. Se é para continuar, penso que os poderes amplamente atribuídos ao VAR deveriam ser revistos, restringidos a situações de ajuda essencial e nunca por nunca utilizados sadicamente contra o futebol de ataque e o espectáculo do futebol ao vivo“, escreveu.

Veja também: Ronaldo de luto: ‘O céu ganhou mais uma estrela’ – ÚLTIMA HORA

O Adeptos de Bancada já está no YouTube com vídeos imperdíveis! Vai ficar de fora? Junte-se ao nosso 11 e subscreva o nosso canal aqui!

Deixe um comentário