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Duarte Gomes explica por que Buntic não foi expulso no Vizela-Benfica

Lance entre Rafa e Buntic no Vizela-Benfica

Duarte Gomes procurou esclarecer um dos lances que mais deram que falar no Vizela-Benfica: o momento em que Buntic joga a bola com o braço quando sai da sua baliza.

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Veja a explicação abaixo.

“O Vizela-Benfica teve um lance que vale a pena tentar esclarecer: Rafa isolou-se depois de ter sido lançado em profundidade. Ao perceber o perigo para a sua baliza, Buntic saiu da área para intercetar a jogada. O avançado tocou na bola, que depois foi da perna para o braço direito do guarda-redes alemão. Em campo, nada foi sancionado (nem falta nem fora de jogo). Por partes:

1. O VAR interveio porquê? 
Porque, na sua opinião, a abordagem de Buntic foi ilegal. O toque com o braço na bola seria passível de cartão vermelho, uma das quatro situações previstas no protocolo. 

2. Havendo antes ressalto no pé, o braço na bola seria irregular?
Regra geral, bola que ressalte do corpo para as mãos/braços de um jogador não deve ser sancionada como infração, porque a lei tende a considerar que esse desvio retira a culpa, ou seja, pressupõe que o atleta é surpreendido por lance rápido e inesperado, logo inevitável. Mas há exceções: se o jogador em questão abordar a bola de forma imprudente, por exemplo com os braços abertos ou levantados, ganhando volumetria e/ou tirando proveito evidente disso, o ressalto de pouco lhe vale, porque a infração deve ser assinalada. Na minha opinião, foi isso que aconteceu naquela ação.

3. Mas se havia fora de jogo de Rafa, por que é que o lance foi ao VAR? 
A pergunta deve ser feita ao contrário: se o vídeo árbitro não tivesse mostrado que havia infração passível de cartão vermelho (mas que essa não devia ser punida porque antes o avançado estava fora de jogo), como é que saberíamos que a equipa de arbitragem tinha sinalizado a infração? É que, como nada foi assinalado em campo, as linhas tecnológicas nunca apareceriam na imagem televisiva. Para o exterior ficaria a ideia de que o árbitro não tinha visto o lance ou que não tinha considerado ilegal o braço na bola. Com a intervenção legitimada num pressuposto protocolar (expulsão), todos percebemos que o lance foi claramente identificado e que só não resultou em vermelho direto porque antes Rafa tinha tomado parte ativa, partindo de posição irregular. 

4. Mas houve mesmo fora de jogo? Não terá David Neres desviado a bola, tornando legal a posição do companheiro de equipa? 
Essa é uma pergunta que ninguém de boa-fé, que seja honesto e que consiga analisar o lance com a devida distância, terá a resposta certa… à exceção da equipa de vídeo arbitragem. Quem estava em sala tinha todos os meios, condições e legitimidade para avaliar a situação de forma clara e inequívoca. Assim se espera, pelo menos. É que nenhuma imagem da transmissão (acreditem, vi todas, vezes sem conta) consegue provar a existência de um toque/desvio de Neres ou até de Marcelo, com quem o brasileiro disputou a bola. Houve, de facto, a “sensação” que poderá ter havido toque ligeiro de um dos dois (convém recordar que se foi de Marcelo, o fora de jogo mantinha-se), mas não é possível garanti-lo. Uma coisa é certa: se o VAR interveio para “mudar” decisão de campo (recordo que o árbitro assistente nada assinalou), é porque teve a certeza absoluta que havia motivo para expulsão e que essa só não poderia acontecer porque Rafa estava adiantado. Com tantas câmaras, ângulos e zooms, VAR e AVAR têm que ter visto aquilo que ninguém cá fora conseguiu garantir. 

5. E se o árbitro, depois de rever as imagens, decidisse que a interceção de Buntic tinha sido legal? 
A diferença aí seria apenas em relação ao recomeço de jogo. Em vez de o fazer como fez (com pontapé-livre indireto favorável ao Vizela, a punir fora de jogo de Rafa), recomeçaria em conformidade com o que tinha acontecido antes da sua consulta aos ecrãs (o jogo estava interrompido e ia ser retomado com lançamento lateral para o Vizela, em frente ao banco técnico dos encarnados). 

Espero ter ajudado”, pode ler-se.

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