Deco, o ex-internacional português e atual diretor desportivo do Barcelona, partilhou a sua perspetiva sobre a evolução do futebol e como isso afetou a sua própria carreira, bem como a abordagem dos blaugrana no mercado de transferências.
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Em entrevista ao La Vanguardia, Deco relembrou a chegada de Pep Guardiola ao clube catalão, destacando que, apesar de ser vista como uma grande revolução, a base para o sucesso já estava estabelecida com jogadores como Xavi, Iniesta, Busquets, Yaya Touré e Eto’o.
Deco elogiou a capacidade de Guardiola em impor ordem e maximizar o potencial da equipa, referindo-se a ela como a melhor que já viu.
“Falam se uma grande revolução quando chegou ao Barcelona, mas é uma mentira. Ronaldinho e eu saímos, mas estavam Xavi, Iniesta, Busquets, Yaya Touré, melhor jogador africano, Eto’o… Guardiola foi inteligente e quando chegou colocou ordem e a sua qualidade como treinador até construir a melhor equipa que vi na minha vida. Soube não perder tempo com outras coisas”, afirmou.
No entanto, foi nas suas reflexões sobre o mercado de transferências e a sua própria carreira que Deco tocou em pontos que ressoam profundamente com as atuais dinâmicas do futebol mundial.
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Segundo Deco, a paisagem do futebol mudou drasticamente desde os seus dias de jogador. Ele especulou que, no ambiente atual, dificilmente teria permanecido cinco anos no FC Porto, devido ao elevado interesse e às ofertas substanciais que os jogadores recebem de clubes de todo o mundo.
“Gostaria de contratar Ronaldinho, Eto’o e até Deco. Mas já não estão no mercado. Os tempos mudaram, o futebol mudou. Hoje não poderia ter assinado pelo Barcelona. Não teria estado cinco anos no FC Porto. Por muito que quisesse, teria tantas ofertas de tantos clubes que o FC Porto cobraria muito mais e seria muito mais difícil“, referiu.
Esta mudança, explicou, é em parte devido ao aumento da capacidade financeira de muitos clubes, especialmente na Premier League, bem como a emergência de potências como o PSG e o Manchester City.
“Quando o Barça estava no mercado há 20 anos, tinha a concorrência do Real Madrid, do Manchester United e pouco mais. Agora, todas as equipas da Premier League têm capacidade para contratar. E há o PSG. E não havia um City tão poderoso como há hoje. As equipas estão mais organizadas e os jogadores podem escolher entre mais clubes”, considerou.
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Esta nova realidade financeira e competitiva fez com que o mercado de transferências se tornasse mais desafiador, mesmo para clubes com a estatura do Barcelona. No entanto, Deco assegurou que o clube catalão mantém a sua capacidade de atrair talentos de topo, graças ao seu prestígio e ao projeto desportivo que oferece aos jogadores.
“Mas o Barcelona continua a ter poder, consegue seduzir os jogadores e é capaz de trazer jogadores importantes“, acrescentou.
A entrevista de Deco oferece uma perspetiva interessante sobre como o futebol e o seu mercado evoluíram ao longo dos anos. Revela não só as mudanças nas dinâmicas de transferências e na carreira dos jogadores, mas também a necessidade de adaptação contínua dos clubes a este ambiente em constante mudança. Para o Barcelona, sob a orientação de Deco, o desafio será continuar a navegar com sucesso neste mercado competitivo, mantendo a sua identidade e competitividade tanto a nível nacional como europeu.
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