Em recente depoimento no Tribunal de Matosinhos, o empresário César Boaventura enfrentou acusações de ter aliciado os jogadores Lionn, Marcelo, Cássio e Salin para favorecer o Benfica na época 2015/16. Surpreendentemente, Boaventura negou as acusações, mas admitiu ter se reunido com dois dos jogadores para discutir propostas de representação em outros clubes. O empresário trouxe à tona uma questão controversa e pouco discutida: o impacto das apostas desportivas no futebol.
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Boaventura abriu o véu sobre uma realidade obscura no futebol português, alegando que “os jogadores ganham muito mais dinheiro com apostas desportivas do que em salários“.
Segundo ele, enquanto um jogador médio pode ganhar entre 100 mil e 150 mil euros por ano através de contratos com clubes, as apostas desportivas oferecem uma oportunidade de ganhos muito maiores. Esta realidade, na visão de Boaventura, poderia levar os jogadores a prejudicarem suas próprias equipas em benefício de outras, prática conhecida como ‘match-fixing’.
O empresário exemplificou essa situação referindo-se ao caso do jogo Feirense-Rio Ave em 2017, que levantou suspeitas de manipulação de resultados. Boaventura realçou que tal prática de ‘match-fixing’ não é algo isolado, mas uma realidade que pode estar mais disseminada no futebol do que se imagina.
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Boaventura aproveitou a ocasião para esclarecer a sua relação com os quatro jogadores mencionados. A sua versão dos factos sugere um cenário onde as acusações de aliciamento para favorecer o Benfica são parte de um contexto mais amplo e complexo, relacionado com as dinâmicas financeiras do mundo do futebol, especialmente no que concerne às apostas desportivas.
Este depoimento de Boaventura adiciona uma camada adicional de complexidade ao caso, indicando que as motivações por trás das ações dos jogadores e agentes podem estar profundamente enraizadas em questões econômicas, e não apenas em lealdades clubísticas.
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