Pedro Martins, atualmente treinador do Al-Gharafa, no Qatar, foi uma das testemunhas chave no julgamento do caso de aliciamento de jogadores do Rio Ave, que alegadamente envolve César Boaventura e o Benfica. O ex-treinador do Rio Ave na temporada 2015/16 testemunhou via vídeo-conferência desde o Qatar, onde partilhou informações cruciais sobre o caso.
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Durante a segunda sessão do julgamento, Pedro Martins, convocado pelo Ministério Público, revelou que os jogadores Lionn, Marcelo e Cássio lhe pediram expressamente para não jogar contra o Benfica. Estes atletas alegaram ter sido alvo de aliciamento por parte de um agente, com o intuito de influenciar o resultado do jogo a favor do clube lisboeta.
Pedro Martins mencionou também ter conhecido e conversado com César Boaventura antes de 2016, reconhecendo o nervosismo dos seus jogadores perante a situação insólita. No entanto, afirmou desconhecer os detalhes específicos da proposta de aliciamento, incluindo os valores envolvidos.
“Tive a oportunidade de falar com César Boaventura por diversas vezes via telefone antes de 2016 por causa do meu interesse em jogadores da Académica. Dias antes do jogo o Cássio, o Lionn e o Marcelo deslocaram-se ao meu gabinete para me informarem que tinham sido aliciados por um agente no sentido de perder o jogo, mas não posso precisar se me deram um nome na altura. Sei que estavam visivelmente incomodados e pediram-me para não jogar frente ao Benfica por receio de serem crucificados em praça pública em caso de um eventual desempenho negativo“, afirmou.
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O treinador detalhou que, antes do jogo entre Rio Ave e Benfica, Cássio, Lionn e Marcelo o procuraram no seu gabinete, expressando preocupação e medo de represálias públicas em caso de um desempenho negativo no jogo. Esta conversa levou Pedro Martins a informar as partes relevantes do clube, incluindo Miguel Ribeiro, atual presidente da SAD do Famalicão, e o presidente António Silva Campos.
Apesar dos pedidos dos jogadores e do clima tenso no balneário, Pedro Martins assegurou que todos os jogadores que participaram na partida tiveram um comportamento exemplar, ressaltando a seriedade e integridade dos envolvidos.
“Esse assunto mereceu acesa discussão no nosso balneário durante essa semana, mas o pedido de não jogarem estava completamente fora de questão pela seriedade que todos me transmitiram e porque acreditava neles. É certo que podia ter sido um incómodo no seu rendimento, mas foi um jogo muito equilibrado e não houve nenhuma situação anormal nesse contexto. Quem jogou teve um desempenho e um comportamento digno e sério no jogo“, referiu.
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Este caso continua a ser um tópico quente no futebol português, com muitos à espera de mais desenvolvimentos e esclarecimentos sobre o envolvimento de César Boaventura e o possível papel do Benfica neste alegado esquema de aliciamento.
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