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Amorim faz ‘mea culpa’ e aborda contratação de um avançado

Rúben Amorim em conferência de imprensa de antevisão a um jogo do Sporting

Na conferência de imprensa de antevisão ao jogo da 2ª mão dos quartos de final da Liga Europa diante da Juventus, Rúben Amorim mostra-se confiante para uma noite feliz para o Sporting.

Acima de tudo acho que esta equipa já demonstrou, no campeonato, que se supera neste jogo, está à vontade, é atrevida e consistente, tirando os jogos do Marselha. Somos fortes nestes jogos. Temos sensações de Turim, onde criámos oportunidades e controlámos bem os pontos fortes da Juventus. Não fomos tão eficazes como eles, e isso fez a diferença. Temos sensações boas, mas foi dito aos jogadores que este jogo é completamente diferente. Há pormenores que mudam o jogo. Eles são experientes e vêm com vantagem. Não jogam no estádio deles, e as equipas grandes, quando vêm de maus momentos, têm alguma ansiedade. Temos de ser inteligentes e perceber que o jogo vai ter momentos diferentes em que vamos estar por cima com alguma dificuldades, mas temos 90 minutos para gerir isso e, pelo menos, empatar a eliminatória. Claro que acreditamos que podemos passar mas temos noção que vão ser 90 minutos de dificuldade. Se for como o Arsenal, vão ser 120 e depois os penáltis…“, referiu.

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O treinador leonino procurou também explicar o motivo pelo qual o desempenho do Sporting tem sido tão diferente, comparativamente entre a Europa e no campeonato.

Acho que começámos muito mal o campeonato e depois estivemos sempre a correr atrás, a ansiedade cresce muito nos nossos jogos. Há bastante tempo que não temos oscilações nas exibições. Criamos oportunidades e às vezes sofremos golos em meia oportunidade. São situações diferentes, a responsabilidade é diferente, e quando vamos para a Liga Europa os jogos são eliminatórias. Contra o Arsenal e Juventus, a responsabilidade está do outro lado. No campeonato, desde o início que estamos atrás do prejuízo, e qualquer coisa que aconteça torna os jogos mais difíceis. Desde aí foi difícil levantar. Na Liga Europa conseguimos sempre lutar pelos jogos. Neste momento trata-se mais de resultados do que de exibições, na Liga temos jogado bem. Mas temos tido o problema que tivemos em Turim. Acho que tivemos mais oportunidades do que eles. Num lance de perigo que dá canto, eles foram rápidos a bater e a partir daí tornou-se tudo mais difícil. A parte mental é que é diferente na Europa e em Portugal“, afirmou.

Amorim revelou ainda como espera que a Juventus se apresenta em Alvalade.

Espero um 3x5x2. Não porque perceba mais disto do que vocês, mas as palavras do Allegri foi que eles controlaram melhor com três médios. Pode ser bluff, mas tento ser muito básico nessa análise. Caraterísticas dos jogadores mudam, se joga Di María como segundo avançado, se joga o Chiesa… Esperamos três médios. Poderá não ser o Pogba, poderá ser o Fagioli. Estamos preparados para vários cenários, mas a construção não muda muito, é feita a quatro porque o Kostic joga sempre na linha. Acho que não vamos ser surpreendidos. A Juventus é uma equipa recheada de bons jogadores e pode mudar a forma de jogar só com uma alteração. Fala-se do número de ocasiões do Sporting para fazer golo, e se olharmos para o outro lado, não conseguimos ver grandes oportunidades também. O Arouca fez dois remates à baliza e fez um golo. Temos de ser eficazes a defender e a atacar, caso contrário não teremos hipótese“, disse.

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O facto de os bianconeri terem perdido o último jogo na Serie A não tira a noção de que o Sporting terá pela frente um adversário difícil.

Os jogadores têm plena noção da dificuldade. Vimos muitos jogos da Juventus, eles têm plena noção de como jogam. Eles entendem muito bem o que o jogo vai pedir, sabem bem quem estará do outro lado. Di María, Vlahovic… É um jogo de quartos de final da Liga Europa. Os jogadores sabem, obviamente, que têm feito um campeonato não muito bom. Estarão preparados, não lhes passa pela cabeça que vai ser fácil, sabem que vai ser muito difícil. Basta ver os pormenores, a forma como a Juventus festejou no fim a vitória, mostra que sabem que são muito bons [a jogar] em vantagem“, frisou.

Amorim foi ainda questionado sobre as palavras de Francisco Trincão que, após o empate com o Arouca, apontou para a bipolaridade que a equipa demonstra. Amorim assumiu a responsabilidade da oscilação exibicional.

São jogos diferentes e competições diferentes. A oscilação não é tão grande como era no início em termos de exibições, mas de resultados sim. Já disse que é mais o facto de estarmos mal no campeonato e de, quando nos aproximamos do 3.º lugar, empatarmos um jogo. Cria uma frustração as oportunidades falhadas. O facto de oscilarmos muito no início, a culpa foi minha. Não estávamos preparados para sermos consistentes desde o primeiro minuto. Entrámos em velocidade de cruzeiro desde a pré-época e deixámo-nos andar um bocadinho. À 3.ª jornada já tínhamos cinco pontos perdidos e a partir daí ficou muito difícil. Em momentos chave da época não fomos eficazes como devíamos para dar a volta à situação. Liga Europa? Estamos preparados para passar a eliminatória”, garantiu.

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Por último, o treinador verde e branco revelou que Diomandé será titular na partida de amanhã, apesar do erro no jogo com o Arouca, e foi mais uma vez questionado sobre se hoje, perante a lesão de Paulinho, contrataria mais um avançado.

“Agora é mais fácil falarmos sobre o que devia ter sido ou não. Obviamente que aprendo, não vou dizer que tenho razão ou não, vou deixar isso em aberto. Ninguém esperava a lesão do Paulinho, mas se formos contar com isso para todas as posições precisávamos de 30 e tal jogadores. Se tivéssemos o Paulinho em Arouca, garanto que terminávamos o jogo com o Paulinho, o Coates e o Youssef na frente. O Coates é sempre uma opção, porque é o melhor cabeceador da equipa, era a única forma de criarmos perigo. O Coates não vai só para lá por termos menos avançados, mas sim porque dá jeito ter na frente em certos jogos, quero um bom cabeceador lá. Diomande? Obviamente que mantenho a confiança e vai ser titular. Avançado? Não é por isso que falhamos golos. Pote foi o nosso melhor marcador e em Turim falhou a quatro metros da baliza. Há tanta coisa que faria de outra forma… Adorava dizer que não me arrependo de nada mas arrependo-me de tanta coisa…”, concluiu.

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