Os especialistas de arbitragem analisaram o trabalho de Anthony Taylor no FC Porto–Barcelona, referente à Liga dos Campeões.
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Pedro Henriques e Duarte Gomes não têm dúvidas de que ficou uma grande penalidade por marcar a favor dos dragões aos 20 minutos, por falta de Koundé sobre Taremi. Para além de agarrar a camisola do iraniano, o defesa francês atinge-o com com a coxa na cintura. Um lance de intervenção do VAR, uma vez que consideram tratar-se de um lance claro e óbvio.
Já sobre a grande penalidade assinalada a favor do FC Porto e que acabou revertida, ambos os especialistas consideram que a deccisão foi acertada, uma vez que, na sua ótica, Eustáquio domina a bola com o braço. Além disso, o penálti era erradamente assinalado, uma vez que João Cancelo joga a bola com o braço já fora da área.
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Veja as análises completas abaixo.
A análise de Duarte Gomes.
Anthony Taylor deslocou-se ao Estádio do Dragão para dirigir o FC Porto – Barcelona na Liga dos Campeões. O internacional inglês foi auxiliado à distância pelo compatriota Stuart Attwell, que desempenhou a função de VAR (curiosamente já o tinha feito no Union Berlin-SC Braga, da passada terça-feira).
Segue análise técnica aos lances mais relevantes do encontro:
13′ João Cancelo aproximou-se demasiado das pernas de Galeno, que corria à sua frente. O toque na passada foi ligeiro, mas suficiente para derrubar o avançado, que criava jogada de perigo em velocidade. A infração em si foi apenas imprudente (falta de cuidado/atenção na abordagem), mas cortou um ataque prometedor, sendo por isso bem sancionada com cartão amarelo.
20′ Lance que vale a pena analisar pelo ‘todo’: Koundé puxou a camisola de Taremi em movimento visível, mas que não pareceu demasiado ostensivo/impactante por si só. Mas ato contínuo e quando o atacante iraniano tentava o remate em rotação, já algo desequilibrado, o central francês atingiu-o com a coxa na cintura. Kounde nunca tocou na bola e fez mais do que o suficiente para ser penalizado. Na UEFA, as indicações são para que os VAR só intervenham em lances muito claros e óbvios, mas este devia ter sido sancionado em campo com pontapé de penálti.
21′ David Carmo jogou a bola, mas antes de a intercetar, atingiu a perna esquerda de Lewandowski de forma muito dura. O árbitro inglês não viu o lance dessa forma, mas a abordagem do defesa foi negligente e devia ter sido sancionada com advertência.
28′ Fábio Cardoso tocou na bola e depois derrubou Koundé, fruto de entrada com alguma intensidade e velocidade. A abordagem negligente do central foi bem punida com cartão amarelo. Ronald Araújo protestou antes da hora (podia ter esperado para ver qual a decisão de Taylor) e foi bem advertido.
36′ Gavi impediu a progressão em velocidade de Wendell, agarrando-o de forma antidesportiva. Viu bem o cartão amarelo.
38′ Oriol Romeu agarrou Romário Baró após ser fintado/driblado, em lance no limite para a advertência. O árbitro inglês entendeu que a infração não foi ostensiva. Aceita-se a interpretação.
47′ Koundé tinha Wendell à sua frente e decidiu tentar o corte em zona alta, levantando o pé muito acima do que devia. Ao fazê-lo, atingiu o jogador brasileiro em zona perigosa. Foi bem advertido pela sua ação negligente.
50′ João Félix só teve um objetivo: derrubar Varela. O avançado português apontou às pernas do adversário e rasteirou-o, sem tentar ou procurar a bola. Taylor leu o lance como antidesportivo e fez bem.
53′ Risco alto, mas legalidade máxima no corte in extremis que Koundé fez aos pés de Pepê, já dentro da sua área. O jogador francês esticou o pé e tocou apenas na bola, não cometendo qualquer infração passível de pontapé de penálti. Esteve bem a equipa de arbitragem ao nada assinalar.
77′ Bom lance para esclarecer tecnicamente: Stephen Eustaquio dominou a bola com o ombro, mas com o auxílio imprescindível do braço esquerdo. A infração passou despercebida em campo e Anthony Taylor só viu o braço direito de João Cancelo a desviar a bola de forma irregular. O pontapé de penálti inicialmente sancionado pelo inglês foi bem revertido após indicação oportuna do VAR, que esteve bem em dois momentos: primeiro a mostrar imagem parada que provou que a alegada infração do lateral do Barcelona foi fora e não dentro da área catalã; depois a mostrar outra, onde foi percetível que o médio do FC Porto cometeu falta antes. Excelente trabalho de equipa, lance bem analisado.
83′ Taremi marcou golo em pontapé acrobático (legal), mas partindo de posição irregular. O avançado do Porto estava em fora de jogo quando Pepê lhe passou a bola.
86′ Cartão amarelo bem mostrado a Sergi Roberto, após entrada muito dura e negligente sobre Iván Jaime.
90+3′ Agarrão desnecessário e irrefletido de Gavi (o jogador do Barcelona fez várias faltas ao longo do jogo) a Wendell valeu-lhe, com toda a justiça, um tão desnecessário quando inatacável segundo cartão amarelo.
Nota 4: erro determinante na partida