Nacional

Pinto da Costa não perdoou: Villas-Boas explica polémica quebra de promessa

André Villas-Boas e Pinto da Costa

Em entrevista ao Jornal de Notícias, André Villas-Boas procurou explicar a sua mudança em relação a Pinto da Costa. O candidato à presidência do FC Porto, recorde-se, disse que o atual líder dos dragões deveria liderar o clube enquanto fosse vivo.

Veja também: Ronaldo deixa Dolores a chorar após luxuosa prenda de aniversário (VÍDEO)

No entanto, Villas-Boas está prestes a apresentar a sua candidatura e concorrer contra Pinto da Costa e agora explica o motivo.

Para o antigo treinador, o FC Porto deixou de ser a prioridade e a atual gestão não é adequada para o futebol moderno e serve interesses pessoais.

Sobretudo o sentimento de que o FC Porto deixou de estar em primeiro e serve um conjunto de interesses pessoais de outras pessoas que gravitam à volta do FC Porto. É preciso uma mudança, uma modernização estrutural e uma gestão mais eficaz, tendo em conta os requisitos do futebol moderno. E o meu sentimento é que isso não tem vindo a acontecer. Estou em condições de me apresentar como candidato. Tenho-me preparado do ponto de vista da gestão para tomar esse passo e tenho uma experiência desportiva que me pode servir na gestão da parte desportiva e profissional. E é por essas razões e por ver a constante descida do FC Porto nas prioridades da atual administração que tenho o dever me apresentar como candidato” afirmou.

Veja também: FC Porto quer castigo para os árbitros do Benfica-Famalicão

Na ótica de Villas-Boas, Pinto da Costa já não está rodeado de pessoas competentes e critica duramente a gestão financeira do clube, lembrando que o FC Porto já está a antecipar receitas do contratos televisivos que só entram em vigor em 2028.

Se isso mudou? Parece-me evidente que sim, até pelo mais recente resultado líquido negativo em 48 milhões de euros. E nos últimos 12 anos temos visto uma constante degradação das finanças, dos modelos de gestão desportivos, operacionais, há uma constante perda de valor. Deixou de haver criação de valor como havia antes. Quando o FC Porto atingiu as suas mais recentes conquistas europeias, falava-se na valência e na qualidade das estruturas. Esse parece já não ser o caso, e não só é dito por mim, como também é dito pelo treinador do FC Porto. Há um conjunto de estruturas à volta do clube e de departamentos, como gosta o treinador do FC Porto de chamar, que não estão a ser otimizados. O FC Porto precisa de se preparar para uma nova fase da sua vida, porque o seu presidente não é eterno. Porque acho que chegou a este ponto? Houve um certo relaxamento na gestão do clube e continuou-se a acumular uma gestão cada vez mais danosa do ponto de vista desportivo, que é, entre outros, um dos garantes de sustentabilidade do clube. Há quase 10 anos atrás assinámos o contrato televisivo mais rentável de sempre para o FC Porto, e contrariamente ao expectável, foi quando entrámos em degradação total no aspeto económico e financeiro, ao ponto de nos nos encontrarmos, neste momento, com a maior parte das receitas antecipadas, a tentar antecipar receitas dos próximos 15 anos e, aparentemente, a tentar antecipar receitas de um contrato televisivo que só começa em 2028. Quer dizer que esgotamos os modelos de gestão operacionais que antes funcionavam no FC Porto. Acho que este deteriorar da situação financeira do clube leva-nos a entender que o FC Porto deixou de estar na prioridade da atual administração”, referiu.

Veja também: Gesto de Ronaldo leva menino às lágrimas e o momento já é viral (VÍDEO)

Villas-Boas explicou o modelo desportivo que pretende implementar no clube, caso vença as eleições.

Eu defendo um modelo onde o FC Porto volta a ser referência nacional e internacional na qualidade do talento que recruta e que cria receita para o FC Porto, seja através da formação, seja numa otimização do seu scouting, e que serve a equipa principal. É um modelo que assenta na parte desportiva do FC Porto e numa melhoria interna dos seus modelos de gestão, juntamente com a expansão da marca, um controlo rigoroso de custo aliado à criação de receitas. Há aqui um conjunto de estruturas que têm de funcionar melhor e neste momento isso não acontece. Na equipa profissional, pelo menos na minha altura, o treinador dedicava-se apenas a treinar. Porque as estruturas que o envolviam funcionavam na perfeição. Temos um treinador que está isolado dessas estruturas, que no fundo é o comandante das operações do FC Porto, e por não ter estruturas funcionais à sua volta, temos visto durante estes últimos sete anos da sua gestão, de certa forma, um delapidar do valor global plantéis dos jogadores que antes geravam muitas mais valias. Se tenho alguma carta na manga no sentido de atrair investimento? Antes de mais, temos que ver o que se passa relativamente ao parceiro estratégico que o FC Porto está a alinhavar para o futuro. Temos um diretor financeiro que anunciou que até ao final do ano o FC Porto iria entrar em capitais próprios positivos, ou ser muito próximo de positivos. Importa saber o que se passa com esta parceria que vai muito além da Legends e do naming do estádio, e do naming do centro de treinos e de certa forma do “food and beverage” do estádio. Portanto, importa saber o que realmente há com a Sixth Street, caso seja esse o parceiro, e quais é que são as implicações da mesma. Por parte do CFO foi dito que potencialmente poderia ter a ver com a venda de uma das participadas do clube. Ora, se o FC Porto está a vender uma parte das suas empresas, no fundo está-se a vender. Portanto, isto não deixa de ser também uma forma maquilhada de vender parte do FC Porto. Não será o capital social da sua SAD neste caso, mas será uma das participadas, neste caso a Porto Comercial. E se há realmente uma venda deste ativo, há uma mais-valia imediata, e se calhar é essa mais-valia que levará a capitais próprios positivos. Desconhecemos. Se tenho feito diligências para encontrar parcerias financeiras? O FC Porto é um clube que está dentro do associativismo, mas tem uma empresa cotada em bolsa. Eu não sou o seu representante enquanto seu presidente, sou um acionista muito pequeno da SAD. Há um projeto, uma consultoria e temos um parceiro que nos olha diretamente para os moldes que queremos construir relativamente a investimentos futuros, a parceiros estratégicos, a renegociação da dívida e oportunidades de investimento. No entanto, há aqui uma parte que está relacionada com o crescimento da marca FC Porto, com o aumento de receitas, com um trabalho que tem de ser feito internamente para melhorar e gerar mais receitas e tudo isto está relacionado com um modelo de gestão mais eficaz. Se o parceiro é uma instituição bancária? Não, neste momento nós trabalhamos em consultora para perceber modelos possíveis. Portanto, não estamos a trabalhar especificamente em nenhum porque não estamos nesse poder de representatividade e de nos podermos sentar com alguém em representação de uma instituição da qual não somos os representantes”, disse.

Veja também: Reação de Ronaldo ao ranking de marcadores do IFFHS dá que falar

O Adeptos de Bancada já está no YouTube com vídeos imperdíveis! Vai ficar de fora? Junte-se ao nosso 11 e subscreva o nosso canal aqui!

Deixe um comentário