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Jogador do Famalicão deixa longo desabafo após jogo com o Benfica

Passadas umas horas após a eliminação do Famalicão diante do Benfica na Taça de Portugal, Fábio Martins publicou um longo desabafo nas redes sociais.

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O avançado dos famalicenses reiterou a opinião que proferiu na flash interview após a partida: a sua equipa foi superior aos encarnados no conjunto dos dois jogos.

Fábio Martins lembra que se tratou apenas da sua opinião e que não faltou ao respeito ao Benfica.

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Por último deixou uma mensagem exemplar dos prejuízos do futebol falado fora das quatro linhas e que no seu entender contribuem para o ambiente tóxico que teima em imperar.

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Veja o desabafo na íntegra:

“Confesso que o sentimento de injustiça pela eliminação continua, mas, hoje, mais a frio, há coisas que eu gostava de dizer.

Primeiro, importa ressalvar que o orgulho por pertencer a este grupo de jogadores, mas, sobretudo, Homens é impagável.

Lutamos. Corremos. Fomos sempre intensos. Cada um de nós deu tudo aquilo que tinha e não tinha.

Depois, sentir a atmosfera do nosso estádio, ontem, especialmente, foi algo absolutamente incrível. O vosso apoio é indescritível e lá dentro sentimos a vossa resiliência.

Obrigado a todos por isso, não têm noção do quão importantes podem ser para nós.

Por último, umas palavras para o futebol português:

De maneira nenhuma quis, com a minha flash interview, desrespeitar ninguém.

Quem me conhece, sabe que nunca o faria e, acima de tudo, a minha educação é algo que prezo muito.

Limitei-me a mencionar factos.

Repito, na minha opinião, fomos claramente superiores e merecíamos ter passado a eliminatória. Ponto. Respeito quem possa pensar o contrário, mas esta foi rigorosamente a minha forma de ver os dois jogos.

Um jogo de futebol tem vários momentos e tem como essência mexer emocionalmente com as pessoas, mas acreditem que o ódio que existe no futebol português não somos nós (que somos os protagonistas) que o criamos.

Porque lá dentro existe apenas a rivalidade normal de um jogo de futebol, que acaba quando o árbitro apita para o final do jogo.

Depois disso, conversamos, trocamos ideias, trocamos camisolas, desejamos sorte e seguimos a nossa vida.

Vocês têm de perceber que somos HUMANOS. Não somos máquinas infalíveis, não temos um chip que nos diferencia de vocês. Nós somos apenas pessoas perfeitamente normais que fazem do futebol o nosso trabalho.

É preciso responsabilidade. É preciso que quem tem espaço mediático deixe de incentivar as pessoas a contribuir para que o futebol português se torne cada vez mais tóxico.

Eu acredito sinceramente que a televisão tem um poder enorme. As pessoas não só se limitam a ver e a ouvir, como assumem o que assistem e replicam.

É execrável a quantidade de mensagens de ódio e insultos que nós, jogadores de futebol, recebemos.

Para além de fazermos o que fazemos dentro das quatro linhas, temos o direito de ter a nossa opinião sobre o que aconteceu, tal como vocês têm a vossa.

E sim. É por este tipo de situações que vocês percebem que os jogadores têm de ir com um discurso mecanizado.

Eu, na minha forma de estar no futebol, acredito que os jogadores não têm que dizer o mesmo.
Há que dar voz ao que é real. É preciso ser real, honesto e puro para desbravar todo este entulho que não deixa o nosso futebol.

É preciso que nos comecemos a limitar a falar mais do jogo e menos de teorias da conspiração. DEIXEM-NOS JOGAR. DEIXEM-NOS VIVER O FUTEBOL. Deixem-nos fazer o nosso trabalho.

Somos homens que, depois de dar o litro no relvado, vamos para casa e não podemos ligar uma televisão, temos de afastar os computadores dos nossos filhos, para que eles não fiquem a pensar que o Pai matou alguém. Porque é isso que parece que transmitem, com as mensagens que escrevem.

Para terminar, e apenas para os meus, seguimos a nossa caminhada, como sempre, JUNTOS”.

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