A análise ao trabalho do árbitro João Pinheiro no Benfica–FC Porto mereceu a análise dos especialistas do diário desportivo O Jogo e A Bola.
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A unanimidade esteve longe de ser a característica que melhor caracteriza as análises. Os especialistas do jornal O Jogo começam por defender que foi perdoada a expulsão a Alexander Bah, por um pisão sobre Galeno aos nove minutos. Já Duarte Gomes considera que o pisão foi inadvertido.
O lance que teve maior impacto no jogo foi a expulsão de Fábio Cardoso aos 19 minutos, Apenas Jorge Coroado considera que o central portista não deveria ter visto o vermelho.
Sobre o lance entre David Carmo e Rafa, apenas Duarte Gomes considerou o amarelo exibido ao central dos dragões como uma decisão acertada.
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Veja abaixo as análises completas.
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A análise de Duarte Gomes.
João Pinheiro, provavelmente o árbitro em melhor forma na atualidade, teve a difícil missão de dirigir o Benfica-FC Porto. Não obstante naturais discordâncias que a sua arbitragem merecerá, é importante sublinhar que o bracarense esteve técnica e disciplinarmente em plano elevado, sobretudo nas decisões relevantes, onde foi sempre firme e consistente. Esteve particularmente bem ao ignorar intervenção equivocada do VAR, em lance que justificava a advertência que decidiu manter. Segue análise técnica aos lances mais relevantes do encontro:
7’ Pontapé de canto favorável ao Benfica, na sequência de duas faltas não assinaladas de jogadores encarnados: primeiro de Otamendi sobre Romário Baró, depois de David Neres sobre Taremi.
9’ O pisão que Bah deu no pé direito de Galeno não foi nem grosseiro, nem negligente, nem imprudente: foi inadvertido. O lateral tentou o passe em trivela, o avançado estava perto, intercetou a bola e os dois colocaram depois os pés no local onde a continuação dos seus movimentos os levou. A situação foi infeliz para o brasileiro, mas não foi faltosa. Bem o árbitro.
17’ Fábio Cardoso derrubou Petar Musa por trás e em infração no limite da advertência. No contexto, a falta foi bem gerida sem cartão.
19’ Fábio Cardoso esticou a perna esquerda para a bola (que tocou), mas levantou a direita de forma muito notória, no sentido de tentar derrubar Neres. A infração impediu que o jogador encarnado caminhasse na direção da baliza adversária, cortando clara possibilidade de golo. Romário Baró estava mais recuado, na zona central. Foi boa a decisão de punir o FC Porto com pontapé-livre direto e o central com cartão vermelho.
29’ Trubin foi ao relvado e com a luva esquerda tirou a bola dos pés de Taremi, sem cometer infração. O contacto posterior (corpo/mão direita) existiu mas não foi imprudente: todo o movimento do guarda-redes ucraniano foi na tentativa de desviar a bola. Não houve imprudência nem tentativa de derrubar o adversário. Nova boa decisão do bracarense.
34’ Antes de tocar na bola com o pé esquerdo (que tocou sem dúvida), o joelho de David Carmo atingiu a parte de trás da perna direita de Rafa. Foi esse contacto que foi bem sancionado com pontapé-livre. Foi errada a intervenção a propor o vermelho direto num lance distante da baliza, demasiado descaído para a direita e com a dobra de Zé Pedro. Amarelo bem exibido. Muita personalidade do árbitro, ao manter a sua visão da jogada.
36’ Amarelo mostrado a Taremi, por protestar decisão do árbitro em consultar nos ecrãs a imagem do lance anterior.
59’ João Neves derrubou Wendell (pé direito no calcanhar esquerdo) com negligência, lesionando momentaneamente o médio. Foi advertido com justiça.
68’ Quando a bola foi colocada na direção de Aursnes, o norueguês estava em posição legal. Depois Neres e Di María concluíram o lance de forma igualmente regular. Golo bem validado.
70’ Amarelo bem exibido a Di María por despir a camisola nos festejos.
72’ João Pinheiro fez aviso firme e cara feia a Kokçu, por algo que lhe terá dito. Um pequeno puxão de orelhas em jeito de afirmação. O bracarense foi sempre dono do jogo, controlando as suas incidências sem recorrer sistematicamente ao cartão.
75’ Neres cruzou contra o corpo (e não braço) de Wendell. Lance legal na área do FC Porto.
77’ Wendell travou Di María (braço esquerdo no peito), que caiu agarrado à cara. Esta é uma atitude que vários jogadores, de vários clubes, insistem em repetir, correndo o risco de iludir árbitros e penalizar injustamente colegas de profissão. Alguém, por favor, lhes diga que fica muito feio.
82’ Zé Pedro levantou a sola da bota e atingiu o pé de João Neves de forma muito negligente. O ponto/forma de contacto no médio encarnado, algo lateralizado e com pouca intensidade, atenuou disciplinarmente uma infração que tinha desenho inicial de vermelho. Amarelo bem mostrado.
90+5’ Entrada antidesportiva de Francisco Conceição (sobre Otamendi) bem sancionada com advertência. O central encarnado reagiu a quente, excedeu-se e viu bem o cartão amarelo.
