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Conceição: Da renovação de Pepe ao caso de Uribe e o jogo da Taça

Sérgio Conceição em antevisão de um jogo do FC Porto

Na conferência de imprensa de antevisão ao jogo com o Famalicão, a contar para a 1ª mão das meias-finais da Taça de Portugal, Sérgio Conceição falou da gestão de expetativas do balneário, numa altura em que o FC Porto luta pelo campeonato e pela prova rainha nacional.

Temos dois títulos a conquistar. Temos tentar fazer tudo e isso passa por ganhar os jogos todos: os 3 da Taça de Portugal e os 5 do campeonato. Por si só, já gera um bocadinho de bem-estar, da ansiedade boa de que chegue o jogo, para eles perceberem que isto está a acabar e que os jogos ganham o seu peso e dimensão. Ela não é diferente do início da época mas a margem de erro é muito menor. Acho que essa gestão… Para mim não tem dificuldade nenhuma. Ando sempre no ‘redline’, no máximo a nível emocional. Estou com uma vontade grande de competir. Os jogadores são a mesma coisa. Vamos olhar e vemos que muitos destes jogadores já me acompanham há anos e nós sentimo-nos bem com jogos com uma grande pressão, com jogos com momentos decisivos. Esses são os momentos dos grandes clubes e dos grandes jogadores”, afirmou.

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O treinador dos azuis e brancos abordou ainda eventuais poupanças na partida da Taça.

Não é poupar. É olhar para os jogadores e perceber quem é que está melhor nos diferentes parâmetros que achamos que são importantes para competir. O importante é isso. Pode-se pensar que vamos pensar num jogo de Taça. Vou dar um exemplo. Se o Evanilson não está a 100 por cento para ir a jogo e tendo um Namaso ou um Toni Martínez que estão a 100 por cento, aqui não é uma questão de poupar o Evanilson mas sim o de jogar o jogador que está melhor para o jogo. É um bocadinho por aqui. Quando temos um discurso dentro do balneário e fora dele que os jogadores são todos importantes, e chegámos a ter 8 e 9 jogadores lesionados, e nunca usei a desculpa de não ter os jogadores para justificar um resultado. Gostaria de contar com todos mas muitas vezes não foi possível. Tenho de ser coerente no discurso com o sentimento que eu tenho e o meu sentimento é que todos são importantes. Os que estiverem melhor é que irão para dentro do jogo”, referiu.

Conceição descorda da ideia de que o facto de ter três jogos em pouco tempo dificulta a preparação dos mesmos.

Não tem de dificultar. Tenho de estar é preparado para estes três jogos e para histórias diferentes. Os jogos podem ser semelhantes em algumas situações e aquilo que são os intervenientes no jogo, mas depois aquilo que acontece no jogo é diferente em todos. Preparamos a equipa para não termos surpresas negativas. Pensamos neste próximo, o de amanhã. Teremos a segunda mão para a semana e teremos ainda o Famalicão no campeonato, mas são jogos diferentes, com o mesmo adversário, mas diferentes“, disse.

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Matheus Uribe foi tema de conversa, ele que se encontra no último ano de contrato, algo que não interfere nas escolhas do técnico dos dragões.

“Olho para ele de forma natural. Ele está lá para fazer o seu trabalho. Está aqui para diariamente dar ao clube aquilo que tem de dar que é a máxima dedicação em cada momento que aqui está dentro. É um jogador que tem feito uma boa época. Quando olho para o grupo que tenho nunca olho para o contrato. Alguns deles nem sei o contrato. Nunca olho para o contrato dos jogadores. Alguns deles não sei se acaba para o ano. O do Uribe sei porque tem sido mais falado, mas não é por isso que vai jogar mais ou menos. Joga consoante a necessidade da equipa. Tem jogado mais vezes de início e tem feito uma excelente época. Isso para mim é que é importante. Se o contrato acaba amanhã e hoje temos jogo, ele vai jogar se eu achar que tem de jogar“, assegurou.

De resto, Conceição referiu que gosta de ver Otávio no corredor central, ao lado do colombiano.

Pode partir do corredor direito mas por aquilo que quero dele no nosso jogo, especialmente quando temos a bola, é a ocupação do corredor central. Pode estar já lá. Ele de frente para o jogo é um jogador muito interessante porque define muito bem. É manhoso, conhece muito bem aquilo que eu quero como elemento de um duplo pivô ou quando o meto no corredor, na direita ou esquerda, a ocupar espaços diferentes. Pode estar mais alto ou mais baixo. Não há muita diferença. Poderá, consoante aquilo que defino como estratégia para o jogo, poderá estar mais baixo ou mais alto”, referiu.

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Conceição descarta a ideia de que esta eliminatória possa atrapalhar o FC Porto na luta pelo título.

Não tem de dar mais motivação nem tem de atrapalhar. É o que é. Temos uma meia-final para jogar, queremos muito estar presentes na final da Taça de Portugal, penso eu que será no Jamor. Esse será o nosso objetivo, o de preparar o jogo de amanhã como se fosse o último da época, fazendo um bom resultado, sabendo que há uma segunda mão em casa, mas nunca gerindo ou criando facilitismo para o jogo de amanhã. Comecei por dizer que vamos ter muitas dificuldades. Vamos ter uma equipa que está muito bem trabalhada, com jogadores muito interessantes. O nosso foco e objetivo é todo no Famalicão. Estive a analisar o jogo que ganhámos aqui em casa por 4-1, para o campeonato. Em termos de conteúdo de jogo, acho que o Famalicão fez muito mais para que o resultado não fosse esse. É uma equipa muito interessante com bola. Todos os momentos podem ser decisivos no jogo e a concentração tem de estar no máximo. Isso é que é importante. É um jogo de uma meia-final. Não queremos desvalorizar nenhuma competição. O campeonato é o principal objetivo, sem dúvida nenhuma. O segundo objetivo nas provas internas é a Taça de Portugal e nós queremos muito estar na final”, considerou.

Por último, o treinador do FC Porto abordou a renovação de Pepe, que considera ser o melhor profissional que treinou.

“Já tive oportunidade de o dizer. Se olharmos para aquilo que é a dedicação, a atitude competitiva… Sim, é o melhor profissional. Estive outros que estão no mesmo patamar mas nunca tive ninguém acima do Pepe.

Importante é o Pepe estar bem, em forma, e com 40 anos estar a ser o superatleta que é. Ele é o mais importante disto tudo. Fico muito contente que a equipa técnica tenha contribuído nestes últimos anos. Não por ele estar a um nível altíssimo quanto ao seu desempenho como tanto fazer a quantidade de jogos que faz. Tem que ver com os preparadores físicos, o fisiologista e departamento médico, que tentam ao máximo dar tudo para que os atletas estejam no seu máximo. Temos de louvar também”, disse.

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Conceição até deu exemplos como tem de pedir ao capitão de 40 anos para dosear os seus esforços.

Dou-lhe um exemplo muito concreto. A dois dias do jogo, os jogadores começam a estar mais disponíveis para preparar o jogo. Há um trabalho no campo, mais de preparadores físicos, independentemente de uma situação ou outra quando existem muitos jogos e fazemos o trabalho no campeonato para preparar um bocadinho a estratégia definida por mim. Hoje quis que o Pepe visse o treino mas descansasse. A vontade dele era [estar lá]. Já estava há meia hora no ginásio a preparar-se para ir para o treino. É um bom exemplo que demonstra bem o que ele disse. A minha vontade é que fosse para o treino mas em termos fisiológicos e tendo o nosso Eduardo, uma pessoa supercontente, achamos este tipo de gestão. Não é só com ele. Dou também o exemplo o Evanilson que tem tido alguns problemas. Para estarem a 100 por cento amanhã é preciso algum cuidado. A vontade dos jogadores é sempre ir lá para dentro, principalmente a do Pepe, pelo seu carácter, por tudo aquilo que é o Pepe enquanto profissional e depois como homem. Eu converso muito com os meus jogadores, por vezes de uma forma simpática e outras nem tanto, mas converso. Com o nosso capitão a conversa é diária, por vezes até nos dias de folga mas não tem sido necessário porque estamos todos os dias aqui. Conversamos muito sobre o jogo, o momento da equipa, o momento dos jogadores e coletivamente“, concluiu.

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