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Benfica arrasa jornal Público e ainda deixa farpas ao FC Porto

O Benfica reagiu à notícia avançada pelo jornal Público, que dava conta de uma relação de subalternidade com o Aves.

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Os encarnados começam o seu longo comunicado com uma lista de intenções que consideram ter estado na base desta notícia.

Para as águias os contratos celebrados com o emblema de Santo Tirso são legais e atiram-se ao jornalista que liderou esta investigação.

Pelo meio deixa farpas ao FC Porto, nomeadamente pela relação dos dragões com o Portimonense e a falta de investigação sobre a mesma.

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INTENÇÕES E VERACIDADE DA NOTÍCIA

  1. Os contratos referidos nas respetivas notícias são totalmente legais, transparentes e compatíveis com toda a legislação geral e regulamentos desportivos que gerem este tipo de relações comerciais, conforme diversos especialistas tiveram oportunidade de esclarecer durante o fim de semana.
  2. As cláusulas de recompra e “antirrivais” que sustentam as insinuações feitas da existência de uma relação de dependência, são prática generalizada, comum e recorrente em todo o mundo do futebol.
  3. Nesse sentido, a notícia é uma inaceitável tentativa de manipulação da opinião pública e um exemplo flagrante de distorção de factos e de contratos legais.
  4. Invoca factos e contratos que são legais e transforma-os em suposto escândalo. Pelo meio, citam especialistas e juristas que não são identificados? Porquê? Porque ficam no anonimato? Não são fontes, são especialistas! Porque não são identificados?
  5. São tratados como especialistas em direito desportivo e especialistas em direito do trabalho, como se fossem a mesma coisa. Mas não são.
  6. O jornalista revela uma grande má-fé ao confundir direitos desportivos com direitos económicos nos passes dos jogadores.
  7. Pelo que concluímos que este trabalho visa tão-só denegrir o bom-nome do Benfica e é um hino ao mau jornalismo.
  8. O destaque dado pelo jornal e o timing escolhido foram uma intencional tentativa de desviar atenções a problemas complexos de promiscuidade política na lista para os órgãos sociais do FCP e decisões de gestão pública, que neste momento estão em curso, como a oferta de terrenos em processos já com a intervenção dos novos eleitos para o clube.
  9. O Público fez alguma capa com os políticos candidatos a órgãos sociais do FC Porto? E fez alguma investigação sobre as relações entre o FC Porto e o Portimonense? Sobre as cerca de 30 transferências ocorridas entre esses dois clubes nos últimos 4 anos?
  10. Escrever apenas sobre o Benfica e não sobre os outros clubes, omitindo intencionalmente a existência de muitos contratos idênticos a estes, sobre os quais levantam suspeitas, diz muito da motivação do jornalista e da intenção em difamar o bom-nome do Benfica.

OPÇÃO DE RECOMPRA

  1. Os contratos com opção de recompra não são uma novidade ou criação do SLB.
  2. Repetimos, são recorrentes no futebol moderno e em Portugal.”

O clube da Luz explica ainda as cláusulas antirivais, reiterando ser pratica comum no mundo do futebol, elencando vários exemplos.

CLÁUSULAS ANTIRRIVAIS

  1. As cláusulas denominadas de antirrivais são usadas em todo o mundo, especialmente em Espanha e na Premier League.
  2. Não são mais do que fixar um prémio de transferência acrescido caso o clube adquirente transfira o jogador para um clube que seja concorrente direto daquele que o acaba de vender.
  3. São idênticas aos pactos de não concorrência previstos na nossa legislação laboral e aos pactos de preferência previstos na nossa legislação civil. Idênticas, mas menos restritivas porque, neste caso, um jogador nunca fica impedido de, no futuro, assinar e jogar por um clube rival.
  4. Real Madrid e Barcelona habitualmente consagram estas cláusulas quando transferem jogadores dos seus quadros.
  5. Estas cláusulas não limitam, de que forma seja, a liberdade de trabalho do jogador.
  6. A serem ilegais, que não são, seriam para todos os clubes e não apenas para o Benfica.

VÁRIOS EXEMPLOS

  1. Este tipo de cláusulas, por legais, são prática generalizada quer a nível nacional, quer a nível internacional, aceites e reconhecidas pelas jurisdições internacionais, em especial na mais alta instância jurisdicional do futebol mundial, o Tribunal Arbitral do Desporto.
  2. Aliás, o(s) “interessado(s)” neste pseudoartigo de investigação sabe(m) disso mesmo. E são inúmeros e públicos os casos de “direitos de recompra” que poderiam ter enriquecido este trabalho de investigação, não tivesse o autor do mesmo uma memória seletiva. Se assim não fosse, mas é, infelizmente, recordar-se-ia das transferências “boomerang” de Sérgio Oliveira e Josué, Everton, Paulinho, Rafa Soares ou mesmo das movimentações de Danilo (a mais curiosa de todas e digna de um caso de estudo), Victor García e Francisco Ramos, ou ainda da mais célebre de todas envolvendo o internacional brasileiro Casemiro, que, contrariamente ao invocado desejo do clube então adquirente, teve de o revender ao clube de procedência. Transferência internacional em todos os seus níveis, envolvendo comissões de centenas de milhar de euros pagas a sociedades off-shore, algumas delas bem familiarizadas.
  3. Seguindo, com dificuldade acrescida (confessa-se), o raciocínio do autor da notícia, até os “interessados” desta se submeteram a relações de subordinação tanto na posição de “clube dominante” como na posição de “clube dominado”. Bem reza o adágio popular, “olha para o que eu digo, não olhes para o que eu faço”.
  4. No que se refere às denominadas “cláusulas antirrivais” a situação é ainda mais ridícula porque não há clube organizado e responsável que não salvaguarde a consagração de um valor de transferência acrescido se e quando o jogador transferido vier a ser posteriormente objeto de nova transferência para um clube rival ou competidor direto. E até o(s) “interessado(s)” na notícia aqui em causa sabe(m) disso e socorre(m)-se das mesmas. Mais uma cláusula de salvaguarda generalizada, legalmente reconhecida, tanto a nível nacional como internacional.”

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O Benfica procurou também explicar o papel de Paulo Gonçalves.

“1. Não é secretário da SAD desde 31.07.2009 ao contrário do que, de forma falsa, insinua a notícia publicada no domingo.

2. Paulo Gonçalves esclareceu já que foi ele quem trouxe a proposta do Légia Varsóvia ao Aves pelo jogador Luquinhas. Foi o Légia quem lhe pagou os serviços de intermediação. O SLB nada teve a ver com essa transferência“.

As águias colocam em causa o timing da menção do nome de Luís Duque.

“Facto novo: a introdução do nome de Luís Duque (assessor do anterior dono do Desportivo das Aves e ainda credor do atual proprietário…) na praça pública, precisamente na véspera de uma Assembleia Geral da Liga e num momento em que circulou o seu nome em notícias como potencial candidato ao lugar de Pedro Proença.”

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Por último o Benfica termina com mais farpas ao jornal Público e ao FC Porto.

O timing desta notícia e a ânsia revelada pelo jornalista, quando só na tarde de sexta-feira contactou o SLB a solicitar esclarecimento urgente para algumas questões, acerca de uma notícia que teria de ser publicada no dia seguinte sem falta, diz tudo sobre a agenda por trás desta encomenda, que nada tem a ver com a exigível responsabilidade de informar com rigor e seriedade e depois de uma investigação minimamente cuidada. A urgência era ter um determinado efeito mediático para interesses que obviamente nada têm a ver com questões editoriais.

E deixaríamos um desafio: porque a referida publicação não investiga e questiona o verdadeiro grande mistério do futebol português, que é sobre onde foram gastos os muitos milhões e milhões de vendas que não estão visíveis em resultados financeiros ou património edificado num clube que está sob intervenção da UEFA?

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