Francesco Farioli chegou ao Dragão com ideias claras e um discurso prudente, mas assertivo. O novo treinador do FC Porto quer avaliar de perto o plantel antes de tomar decisões definitivas, mas não esconde que há posições que precisam de ser reforçadas com urgência. Segundo declarações prestadas na sua apresentação oficial, e com base nos relatórios e vídeos que já analisou, Farioli apontou três prioridades absolutas: um defesa-central, um médio “box-to-box” (posição 8) e um extremo-esquerdo.
Veja também: FC Porto confirma primeiro reforço da era Farioli - OFICIAL
Apesar do desejo de ver os jogadores no contexto de treino real antes de tomar decisões definitivas sobre entradas e saídas, a estrutura azul e branca, liderada por André Villas-Boas, não perdeu tempo. A SAD portista já está no terreno para garantir soluções para estas três posições identificadas como carenciadas.
Prpic não chega: há lugar para mais um central
Com a saída de Iván Marcano e a possível venda de Otávio (central), o FC Porto vê-se obrigado a reforçar o eixo defensivo. A chegada de Dominik Prpic, jovem promessa do Hajduk Split, cobre parcialmente essa necessidade, mas Farioli quer mais. O italiano privilegia saídas de bola limpas a partir da linha defensiva e exige centrais capazes de se adaptarem rapidamente ao seu modelo proactivo. A contratação de mais um central experiente está em cima da mesa para dar estabilidade a uma linha que terá de lidar com os desafios do campeonato, Taça, Liga Europa e Mundial de Clubes.
Veja também: Atenção Sporting: Negócio com o Arsenal por Gyökeres em risco de ruir
Um número 8 para reforçar o miolo
A segunda peça em falta no puzzle de Farioli é um médio de transição — alguém capaz de ligar sectores, carregar a bola e ter influência nos dois lados do campo. Gabri Veiga, grande aposta do clube para a nova temporada, será uma das figuras do meio-campo, mas o técnico quer mais qualidade no coração do jogo. A posição 8 é fulcral na ideia de futebol apoiado e dinâmico de Farioli, e a SAD já está a trabalhar em nomes que possam trazer intensidade, critério e chegada à área adversária.
Borja Sainz fecha ala esquerda — mas pode não chegar
A terceira prioridade identificada era a de um extremo-esquerdo. William Gomes é, atualmente, o único jogador de raiz para essa posição, e embora Rodrigo Mora tenha sido adaptado várias vezes ao flanco, Farioli pretende opções mais verticalizadas e objetivas. A solução encontrada parece ter sido Borja Sainz, ex-Norwich, que está prestes a ser oficializado como reforço. Contudo, esta chegada pode retirar espaço a jovens como Ángel Alarcón, da equipa B, e obrigar a redefinir planos para talentos emergentes.
Veja também: Atitude de Manuela Moura Guedes sobre morte de Diogo Jota dá que falar (VÍDEO)
Plantel alargado para observação e decisões no Olival
Fiel à sua abordagem meticulosa, Farioli pretende trabalhar com um grupo alargado nas primeiras semanas de treinos no Olival. Só após esta fase inicial é que dará luz verde a saídas ou contratações adicionais. A ideia passa por observar ao vivo e no treino aquilo que os vídeos nem sempre mostram: a atitude, adaptação táctica e intensidade competitiva de cada jogador. “Por vídeos e por informações apaixonamo-nos por um jogador e depois demoram a integrar-se”, alertou o técnico, consciente dos perigos do mercado.
Um mercado com outro músculo financeiro
Com André Villas-Boas ao leme da presidência, o FC Porto promete um dos defesos mais activos da sua história recente. O próprio presidente já assumiu que há agora condições para investir de forma mais robusta: “Temos facilidade de operar. Isto vai permitir outro nível de investimento que nunca tivemos”, afirmou. O novo ciclo começa com ambição — e Farioli terá as ferramentas necessárias para moldar o plantel à sua imagem.
Veja também: O Panda Mais Estreito do Mundo Cabe Onde Nem o Teu Primo Magricela Passava