A ausência de Cristiano Ronaldo no funeral de Diogo Jota e do irmão André Silva, vítimas de um trágico acidente de viação, gerou murmúrios e críticas nas redes sociais e na comunicação social.
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Este sábado, Katia Aveiro, irmã do craque português, decidiu responder de forma veemente, através de uma série de publicações no Instagram, deixando um desabafo carregado de emoção e indignação.
“É absurdamente vergonhoso assistir a canais de TV, comentadores e redes sociais a dar mais ênfase a uma ausência (sábia) do que a homenagear com respeito a dor de uma família destruída pela perda de dois irmãos. Lamentável”, escreveu Katia Aveiro, numa mensagem onde expressa o seu repúdio pelo foco mediático dado à não comparência do irmão no funeral, em detrimento da dor vivida pelos familiares e amigos das vítimas.
Uma memória pessoal: o funeral do pai
A irmã de Ronaldo aproveitou ainda para recordar um dos momentos mais difíceis da sua própria vida: a morte do pai, Dinis Aveiro, em 2005, precisamente numa altura em que Cristiano Ronaldo se encontrava ao serviço da Seleção Nacional, durante a concentração para um jogo na Rússia.
“O funeral contou com a presença de presidentes, do Selecionador Luiz Felipe Scolari. Não me lembro de ter visto nenhum. Seguramente cumprimentaram-me, a dor cegou-me”, revelou, referindo-se ao momento traumático que viveu e à pressão mediática envolvente.
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Numa mensagem dura, Katia criticou também a forma como o luto foi então exposto e desrespeitado: “Além da dor da perda, tivemos de lidar com uma enchente de câmaras e curiosos no cemitério. Foi uma destruição total num cemitério nunca antes vista, sem respeito nenhum, e não era para prestar homenagem, como devem calcular. Nunca irão saber o que significa até passarem pelo mesmo”.
“Não é sobre aparências”
A mensagem de Katia Aveiro pode ser lida como uma tentativa de devolver alguma sobriedade e empatia a uma discussão que rapidamente ganhou contornos sensacionalistas. A ausência de Cristiano Ronaldo foi entendida por muitos como fria ou desinteressada. Contudo, para Katia, a decisão foi “sábia”, e o verdadeiro respeito mede-se pelo silêncio e pelo sentimento, e não pela presença física ou pela mediatização da dor.
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Num momento de luto nacional para o futebol português, marcado por várias homenagens e gestos comoventes em memória dos irmãos Diogo Jota e André Silva, a polémica em torno da ausência de Ronaldo parece destoar do espírito de solidariedade e recolhimento que muitos procuraram respeitar.