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Internacional
25/06/25

Lyon de Paulo Fonseca reage após ser despromovico à Ligue 2 na secretaria

O Lyon está em pé de guerra com as autoridades do futebol francês. Saiba mais pormenores e partilhe a sua opinião.

O Lyon está em pé de guerra com as autoridades do futebol francês. A Direção Nacional de Controlo e Gestão (DNCG) confirmou esta terça-feira a despromoção administrativa do clube à Ligue 2, decisão que caiu como uma bomba em França e que o próprio emblema já classificou como “incompreensível”. 

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Apesar de ter terminado a última temporada no 6.º lugar da Ligue 1, em posição europeia, e com um plantel avaliado em centenas de milhões de euros, o histórico clube gaulês vê agora o seu lugar no principal escalão ameaçado… não por maus resultados, mas pelas contas

500 milhões de dívida e um travão ao investimento 

A DNCG, o organismo financeiro independente que fiscaliza as finanças dos clubes franceses, voltou a bater com o pé. Já em novembro de 2024 tinha ameaçado o Lyon com a descida e proibido o clube de inscrever jogadores no mercado de inverno. Em causa, uma dívida então avaliada em cerca de 500 milhões de euros e dúvidas sobre a sustentabilidade a curto prazo. 

Agora, em pleno verão de 2025, a decisão agravou-se: descida confirmada. 

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O Lyon não se resigna e promete lutar 

Em comunicado, o Lyon revelou que irá “recorrer imediatamente”, sublinhando que tem “capacidade para fornecer os recursos financeiros necessários para garantir a manutenção” na Ligue 1. O clube garante que, nos últimos meses, tem respondido a todas as exigências impostas, com injeções de capital e várias operações que visavam precisamente evitar este cenário. 

Entre os movimentos mais sonantes: 

  • A venda de 43% do Crystal Palace (da holding Eagle Football) por 222 milhões de euros
  • A transferência de Rayan Cherki para o Manchester City, num negócio avaliado em 42,5 milhões de euros
  • A redução significativa da massa salarial, com as saídas de Lacazette, Tagliafico e Anthony Lopes

“Graças às injeções de capital feitas pelos nossos acionistas e à venda (de parte) do Crystal Palace, a nossa tesouraria melhorou consideravelmente e dispomos de fundos mais do que suficientes para a época 2025/26”, assegura o clube liderado pelo norte-americano John Textor

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Paulo Fonseca e um paradoxo cruel 

A temporada desportiva do Lyon até foi positiva. Com Paulo Fonseca ao comando técnico, o clube terminou em sexto lugar e garantiu acesso à Liga Europa. Um feito notável, tendo em conta que o técnico português assumiu o cargo numa fase atribulada — começou a época no Milan e acabaria por ser castigado com nove meses de suspensão por intimidar um árbitro, estando impedido de se sentar no banco até novembro. 

Mesmo assim, o trabalho foi elogiado e os adeptos respiravam optimismo para 2025/26. A decisão da DNCG coloca agora tudo em suspenso. 

E se for mesmo despromovido? 

O Lyon tem sete dias para recorrer, e é certo que o fará. Mas se a decisão se mantiver, será o Stade de Reims a ocupar a vaga na Ligue 1. Os champanheses tinham perdido o play-off de acesso frente ao Metz, mas podem beneficiar desta reviravolta de bastidores. 

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Mais do que futebol, é uma crise de modelo 

A situação do Lyon é o espelho de uma tensão latente entre investimento externo, modelos de gestão anglo-saxónicos e a rigidez das estruturas financeiras do futebol francês. John Textor, que também detém o Botafogo e o Lyon, vê assim mais um dos seus clubes envolvido em polémicas e contestado em praça pública. 

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André Miguel Rodrigues