A herdeira do legado Pinto da Costa quebrou o silêncio — e fê-lo com estrondo. Joana Pinto da Costa, filha do histórico presidente do FC Porto, recorreu às redes sociais para deixar uma mensagem dura e carregada de crítica dirigida à atual direção dos dragões.
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Sem mencionar nomes, mas sem deixar margem para dúvidas, Joana apelou à “vergonha” e ao “respeito”, numa publicação com timing e alvo bem definidos.
“Tenham vergonha, já que nem os resultados históricos negativos uns atrás dos outros chegam, tenham uma vez na vida respeito”, escreveu nas stories do Instagram, numa altura em que a contestação ao treinador Martín Anselmi cresce de dia para dia — e o próprio presidente André Villas-Boas vê, pela primeira vez, críticas abertas vindas de dentro do próprio universo azul e branco.
Entre o passado glorioso e um presente turbulento
A publicação surge num momento particularmente difícil para o FC Porto, que atravessa uma fase de resultados pouco condizentes com o seu estatuto. Com a continuidade no Mundial de Clubes em risco, fruto de exibições medíocres e apenas uma vitória em cinco jogos internacionais desde que Martín Anselmi assumiu o comando técnico, o clube vive uma ressaca difícil pós-Pinto da Costa. E é precisamente nesse vazio de liderança que as palavras da filha do eterno presidente ganham peso simbólico e emocional.
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Joana Pinto da Costa, que raramente intervém publicamente sobre assuntos desportivos, tem sido cada vez mais vocal desde o falecimento do pai e da mudança de liderança no clube. A publicação deste domingo é a mais contundente até à data, abrindo uma nova frente de tensão num FC Porto já minado por clivagens internas.
O pano de fundo: censura, rusgas e o “lápis azul”
A publicação de Joana surge encadeada com outras duas — partilhas de posts da esposa de Fernando Madureira, Sandra Madureira, e de Lipinho Ferreira, ambos ligados aos Super Dragões e também envolvidos na polémica Operação Pretoriano. Em causa está a alegada censura ao cantor popular Alberto Índio, cuja interpretação nas tradicionais rusgas de São João terá sido omitida pelo Porto Canal, alegadamente por ser um apoiante de Pinto da Costa nas últimas eleições.
“Desde que Alberto Índio mostrou apoio a Pinto da Costa, que tudo é ocultado pelo regime autoritário do FC Porto”, escreveu Lipinho. Já Sandra Madureira afirmou que o músico foi “vergonhosamente censurado”, sublinhando a indignação perante a gestão editorial do canal do clube.
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O silêncio da direção… por enquanto
A direção liderada por André Villas-Boas ainda não respondeu publicamente à publicação de Joana Pinto da Costa, nem às acusações de censura feitas no contexto das rusgas de São João. Mas a pressão interna aumenta. Com a equipa a cair em campo, as feridas de bastidores voltam a sangrar — e o passado, personificado no apelido Pinto da Costa, volta a fazer-se ouvir.
A poucos meses do arranque oficial da nova época, o FC Porto vive assim um momento de introspeção. O legado é pesado. A herança, exigente. E o apelo da filha do presidente mais titulado da história do futebol português soa como um eco do passado a exigir contas ao presente.
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