André Villas-Boas fez revelações importantes sobre o estado atual do FC Porto e os planos para o futuro durante uma conversa com Michele Montesi, Chief Strategy Officer dos dragões, num evento da Columbia Business School.
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O encontro teve lugar durante o Mundial de Clubes e foi agora tornado público, revelando um discurso frontal sobre o passado, o presente e o que aí vem para os azuis e brancos.
O líder portista reconheceu que o clube atravessou um período particularmente delicado, ao ponto de ter estado em risco de ser vendido a investidores privados:
«Algumas das operações que fizemos salvaram o clube e mantiveram-no dos sócios. Caso contrário, provavelmente teria sido vendido a um fundo de investimento ou a um fundo privado».
A afirmação surge no contexto de uma reflexão sobre a transição de liderança, após décadas de presidência de Pinto da Costa:
«Foi um período muito sensível. Estamos a falar de uma pessoa que transformou o clube, com duas Ligas dos Campeões, duas Taças UEFA e um número incrível de troféus. Mas senti que era tempo de impulsionar o clube, que estava num estado de ruína financeira. Era preciso modernizar, levar o FC Porto para outro nível, com títulos e uma equipa competitiva».
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A nova época e o regresso à luta pelo título
Com os olhos postos na temporada 2025/26, Villas-Boas assume que é tempo de voltar aos títulos e garante que há, finalmente, margem para construir um plantel à altura:
«O FC Porto não é campeão nacional há três anos. Estamos ainda a apanhar as peças, a tentar construir uma equipa mais forte. Felizmente, resolvemos a maior parte dos problemas financeiros e temos condições para investir no mercado».
Sobre as vendas de jogadores, sublinha que o segredo está na formação e na qualidade do treino em Portugal:
«Temos de criar condições para gerar talento continuamente. O nível elevado dos treinadores em Portugal permite-nos desenvolver talento do bom. Desde Mourinho que houve uma explosão de vocações, o que fez subir muito a qualidade do treino».
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Limitação de mandatos: uma proposta em cima da mesa
Outra das novidades que Villas-Boas partilhou foi a intenção de avançar com uma limitação de mandatos na presidência do clube, medida que requer aprovação em Assembleia Geral:
«Somos um clube de sócios, com eleições de quatro em quatro anos. Mas queremos propor uma alteração estatutária para limitar os mandatos a três, ou seja, uma presidência de 12 anos. É algo que segue as boas práticas de qualquer ambiente político saudável».
O presidente reconhece, no entanto, que estas mudanças exigem um amplo consenso entre os sócios, dado o carácter sensível de qualquer alteração aos estatutos do clube.
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