A claque Super Dragões quebrou o silêncio este sábado e, através das redes sociais, esclareceu publicamente a sua relação com o FC Porto e a situação interna do grupo, numa altura particularmente delicada, marcada pela condenação do antigo líder Fernando Madureira, no âmbito da Operação Pretoriano.
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Num comunicado extenso, a claque reconhece erros na gestão dos fundos dos associados e dá conta de negociações em curso com o clube, garantindo que há avanços concretos em vários pontos-chave da relação com a nova direção presidida por André Villas-Boas.
“Estão em curso conversações com o clube, que já permitiram avanços em vários pontos: +45% de bilhetes atribuídos; maior flexibilidade na troca de membros; propostas de revisão de preços para jogos e modalidades; apoio logístico (autocarros) quase fechado”, começa por destacar o grupo.
Apesar de admitir que o FC Porto manifestou reservas em relação a alguns membros da comissão atual, os Super Dragões garantem estar a fazer mudanças internas para corresponder às exigências impostas pela direção.
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Gestão financeira na mira
O comunicado assume frontalmente os erros cometidos na gestão financeira da claque:
“Houve falhas graves na gestão dos fundos dos associados. A responsabilidade recai sobre quem estava encarregado dessa área e não sobre toda a estrutura. Aprendemos com o erro. Vamos reforçar a transparência e a responsabilidade daqui para a frente”.
Este reconhecimento surge num momento de forte escrutínio público e judicial sobre a organização, particularmente após a condenação de Fernando Madureira, conhecido como “Macaco”, a três anos e nove meses de prisão efetiva, por envolvimento num plano de intimidação durante a Assembleia-Geral do clube, com o objectivo de favorecer a aprovação de alterações estatutárias da direcção então liderada por Pinto da Costa.
“Ultra? Ou voltamos ao caos?”
No final do comunicado, os Super Dragões apelam à reflexão interna e à união, deixando no ar a ideia de uma escolha fundamental quanto ao futuro do grupo:
“E agora? Chegou o momento de decidir: ultra? Ou voltamos à informalidade e ao caos? A nossa força está na união e nas decisões coletivas. O futuro depende de todos nós”.
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Este posicionamento segue-se a uma publicação polémica partilhada pela claque nas redes sociais, logo após a condenação de Fernando Madureira, onde expressaram solidariedade para com o antigo líder:
“Condenaram um dos nossos, mas não calaram a sua voz. Cá fora ficamos nós, a manter vivo o que ele construiu. A justiça pode prender corpos, mas nunca prende convicções. Sempre contigo Macaco. Só os mais fortes sobrevivem, nós seremos eternos”, escreveram, terminando com um coração azul e um dragão.
A publicação gerou controvérsia, tanto entre adeptos como entre analistas, por aparentemente glorificar um indivíduo condenado por crimes graves ligados à vida interna do clube.