Mauro Xavier, conhecido benfiquista e potencial candidato à presidência do Benfica, lançou duras críticas à atual direção liderada por Rui Costa, acusando-a de inação face aos recentes castigos aplicados ao clube e aos comportamentos violentos de adeptos. Numa declaração pública partilhada nas redes sociais, Xavier condena a falta de resposta institucional perante a interdição do Estádio da Luz por um jogo, decidida pelo Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), e exige medidas concretas contra os infratores.
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O episódio que está na origem da polémica remonta ao passado dia 6 de Abril, quando o Benfica goleou o FC Porto por 4-1 no Estádio do Dragão. Apesar da vitória histórica, o jogo ficou manchado por cenas lamentáveis nas bancadas: adeptos encarnados lançaram engenhos pirotécnicos para uma zona onde se encontravam famílias portistas, incluindo crianças, criando momentos de pânico e obrigando muitos a abandonar os seus lugares.
“A medida pode ser excessiva, mas o problema está na falta de acção”
Para Mauro Xavier, o verdadeiro problema não reside apenas no castigo — que considera “talvez excessivo” — mas sobretudo na ausência de consequências internas para quem reincide nestes comportamentos. “Já não é excepção: tornou-se um padrão”, alertou, referindo-se ao acumular de episódios violentos protagonizados por adeptos benfiquistas ao longo da época.
“Temos tecnologia no estádio para identificar os infratores. Temos meios para agir. É altura de agir”, defendeu, exigindo uma postura mais firme da Direção. E deixou claro que, para si, não deve haver espaço no clube para quem coloca em risco a imagem e a segurança do Benfica: “Quem põe o Benfica em risco não pode continuar a ter lugar no nosso clube. Sejam afastados. Proibidos de entrar no Estádio da Luz”.
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Entre o Cartão do Adepto e a responsabilidade interna
Apesar de se manifestar contra o polémico Cartão do Adepto, instrumento que muitos consideram uma medida de controlo excessivo e discriminatório, Mauro Xavier foi taxativo: “Sou totalmente contra o Cartão do Adepto. Mas sou ainda mais contra a violência no desporto”.
Para o empresário e antigo vice-presidente da Fundação Benfica, está na altura de o clube dar o exemplo e assumir a responsabilidade. “Não podemos continuar a pactuar com quem transforma uma festa em perigo. O exemplo tem de começar por nós. O cumprimento das regras tem de ser nosso. Porque nós somos o Benfica — e quem ama o Benfica, não o prejudica”.
Rumo às eleições?
A intervenção pública de Mauro Xavier, com um tom marcadamente institucional e mobilizador, reacende as especulações sobre uma possível candidatura à presidência do clube. A crítica direta à gestão de Rui Costa e a defesa de uma linha mais dura no que toca à disciplina interna parecem posicioná-lo como uma alternativa firme e determinada, num momento em que o Benfica vive tempos de grande exigência, dentro e fora de campo.
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Caso avance, Mauro Xavier poderá capitalizar junto de uma franja significativa de sócios que se mostra descontente com a atual liderança, especialmente no que toca à gestão da relação com as claques e à salvaguarda da reputação do clube. Num Benfica que procura estabilidade e rumo, declarações como esta poderão marcar o início de uma campanha que promete não fugir às questões fraturantes.