No dia 7 de janeiro de 1985, há precisamente 40 anos, José Maria Pedroto despedia-se do mundo, mas não da sua marca inapagável no futebol português.
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Aos 56 anos, sucumbia a um cancro no cólon, mas deixava um legado que transcende as gerações. Foi mais do que um treinador ou jogador; foi um revolucionário que transformou a forma como se vive e joga futebol em Portugal.
O arquiteto do FC Porto moderno
Pedroto tornou-se a alma do FC Porto. Foi ele quem, ao lado de Pinto da Costa, ajudou a quebrar um jejum de 19 anos sem títulos, lançando as bases para o clube que viria a conquistar a Europa. O bicampeonato de 1978 e 1979 marcou o início de uma nova era, e a histórica chegada à final da Taça das Taças em 1984, contra a Juventus, colocou os dragões no mapa internacional.
Embora debilitado, foi a sua visão que levou a equipa àquela final, com António Morais, o seu fiel adjunto, a assumir o comando técnico. A derrota por 2-1 em Basileia foi um marco de superação e ambição para o clube.
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Inovador dentro e fora das quatro linhas
Pedroto não era apenas um treinador; era um visionário. Introduziu práticas inovadoras, como gabinetes de análise e estágios antes das partidas, algo revolucionário nos anos 80. Foi o primeiro a propor o “Clube Portugal”, uma ideia de união em torno da Seleção Nacional que ainda hoje ressoa como necessária. A sua visão ia além do desporto; era um homem de cultura, interessado por política e pela sociedade, que usava o futebol como uma plataforma para impactar.
A lenda como jogador e treinador
Como jogador, Pedroto destacou-se como médio no FC Porto, conquistando dois campeonatos e duas Taças de Portugal. A sua transferência recorde do Belenenses para os dragões, por 500 mil escudos, em 1952, financiou a construção do Estádio do Restelo.
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