A Torcida Verde emitiu um comunicado onde critica a postura do Sporting perante a morte de Pinto da Costa.
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Na ótica da claque afeto aos leões, lembra que André Villas-Boas já havia marcado presença no funeral de Manuel Fernandes.
"O silêncio institucional da estrutura profissional leonina deu um inopinado mediatismo ao SCP/SAD, potenciado pela recente presença do atual presidente do FCP nas exéquias do eterno capitão Manuel Fernandes, perspectivando-se então uma "nova era" no relacionamento institucional entre os clubes", pode ler-se.
A Torcida Verde faz questão de garantir que o seu objetivo não é limpar a imagem do malogrado Pinto da Costa.
"Na Torcida Verde jamais iremos branquear o inestimável protagonismo do "Presidente dos Presidentes", como o principal rosto do 'Sistema' que denunciámos em diversas coreografias desde o inicio dos anos 90; nem tão pouco o clima belicista que transformava cada deslocação à capital do norte numa potencial batalha, tal o ambiente de conflitualidade existente".
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O grande objetivo é garantir um futebol português onde impere a rivalidade sã sem violência.
"É esta uma realidade em 2025, onde a hipocrisia e o fundamentalismo são as duas faces da mesma moeda chamada futebol... como um negócio dos ódios, onde os adeptos são manipulados como idiotas úteis. Nessas rivalidades exacerbadas, os adeptos das várias cores são formatados para terem em comum um "mesmo clube": o ódio FC!".
A terminar, a claque leonina lembra que quem sofre mais com este clima de ódio são os adeptos.
"Adivinhem quem sente o impacto das narrativas fundamentalistas dos dirigentes clubistas? Os adeptos que estão INCONDICIONALMENTE nos estádios e pavilhões!".
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Leia o comunicado na íntegra:
"A guerra é um lugar é um lugar onde jovens que não se conhecem e não se odeiam, matam-se entre si por decisão de velhos que se conhecem e se odeiam, mas não se matam!"
Esta coreografia implementada pela Torcida Verde em 2020, no período do pináculo da balcanização que atingiu a nação leonina, adquire uma renovada centralidade com o comunicado do FCP no dia 17 fevereiro 2025.
No comunicado emitido pelo FCP a propósito do silêncio do SCP/SAD pelo falecimento do seu antigo presidente, evocam-se "princípios elementares de relacionamento institucional, razoabilidade e bom senso - valores fundamentais para o desenvolvimento do desporto nacional e para a boa relação entre os clubes", salientando que "esta é uma ferida que se abre e que quem vai perder é o futebol português e os seus adeptos".
Desta forma, o silêncio institucional da estrutura profissional leonina, deu um inopinado mediatismo ao SCP/SAD, potenciado pela recente presença do actual presidente do FCP nas exéquias do eterno capitão Manuel Fernandes, perspectivando-se então uma "nova era" no relacionamento institucional entre os clubes.
Por outro lado, o comunicado da estrutura profissional leonina que se apressou a parabenizar Pedro Proença como novo presidente da LPFP que tinha como lema "Unir o Futebol", poderia pressupor que seria possível sinalizar essa "nova era" com a formalização de uma missiva institucional do SCP ao CLUBE FCP, em estrito RESPEITO com o luto do CLUBE portista.
Foi nesse contexto que antigos futebolistas (de C. Ronaldo a P. Futre) e antigos presidentes leoninos enviaram missivas ao FCP.
Ao longo das últimas quatro décadas, ocorreram troca e venda de futebolistas entre os dois emblemas, para além da participação conjunta de dirigentes dos dois clubes na criação da famigerada LPFP, da lei das SAD, etc.
Nesse sentido, as relações institucionais entre os dois emblemas tiveram continuidade, apesar das polémicas, disputas e confrontos (as transferências de Futre, Inácio e Eurico, Pacheco, Sousa, Moutinho agitaram as relações entre o SCP e o FCP, com um peso determinante na perceção e na ação dos adeptos).
Aquando da pandemia, os dirigentes "uniram-se" pela infame reabertura da liga que deu campeonato ao FCP, para além da aprovação dos regulamentos que impõem multas milionárias às SAD pelo uso de pirotecnia.
Desta forma, ganhou uma inopinada relevância mediática, o silencio institucional do SCP/SAD que deu novo ímpeto a opiniões antagónicas entre os próprios adeptos verde e brancos.
Na Torcida Verde jamais iremos branquear o inestimável protagonismo do "Presidente dos Presidentes", como o principal rosto do "Sistema" que denunciámos em diversas coreografias desde o inicio dos anos 90; nem tão pouco o clima belicista que transformava cada deslocação à capital do norte numa potencial batalha, tal o ambiente de conflitualidade existente.
Ficaram para a história a coreografia da Torcida Verde de Outubro 1994 com o Tirsense em Alvalade, "Futebol em Portugal è um bacanal", na qual os protagonistas foram os "donos da bola" que dominavam o futebol nacional. Nessa coreografia apareciam os presidentes do FCP, BFC, SLB, Liga e FPF em poses porno-eróticas, retratando o tal "Sistema" em modo "Kamasutra".
Essa foi a primeira grande intervenção em relação ao famigerado "Sistema" que foi dessa forma satirizado de forma contundente.
A coreografia "P. da Bosta: Prometeste-lhe 700 mil...no 1º Abril?" foi outra intervenção no rescaldo do "Caso Paulo Sousa", no qual o presidente da Liga era P.Costa, assumindo-se como um precioso aliado do SLB no pedido de indemnização pedido pelo rival da 2ª circular ao SCP, contando para isso com o precioso apoio do clube da Freguesia de Carnide para conquistar o poder no principal órgão de poder do futebol português. De resto, o "Caso Paulo Sousa" terminaria com a ominosa derrota da estratégia dos dirigentes leoninos de então que capitularam à exigência da dupla "Damásio - P. Costa", que levou ao pagamento dos tais 700 mil contos (cerca de 4 milhões de euros na actualidade).
As intervenções da Torcida Verde continuaram com as coreografias " Porque será que dragão soa a corrupção?" e " O leão incomoda muita gente!", na qual apareciam os dirigentes que dominavam o tal "Sistema". Nessa intervenção o " Presidente dos Presidentes", aparecia lado e do a lado com o compadre e vizinho Valentim Loureiro, com Damásio do clube da freguesia de Carnide e do seu consócio clubista Vítor Vasques, presidente da FPF.
Também foi da autoria da Torcida Verde a coreografia " Donzelas ao Poder que os filhos já lá estão" que tinha o histórico presidente portista uma das personalidades evocadas nos inúmeros casos que conspurcaram o futebol português nas décadas de 80 e 90. (Saltillo 1986, Rijkaard 1987, Paulo Sousa 1996, Jamor 1996, Antas 1995, Ovarense 1993/94, N'Dinga..)
Já no novo milénio, com a eclosão do caso "Apito Dourado", a intervenção continuou. Neste particular destaque para o tifo da Torcida Verde "Apito Dourado, quo Vadis?"
Em nome da verdade, não podemos escamotear que foi nesse ambiente belicista que prosperaram muitos fenómenos que levaram à militarização dos estádios e à segregação real e à interdição real de materiais dos grupos organizados de adeptos.
Também em nome da verdade também não podemos ter uma abordagem maniqueísta, branqueando o discurso fundamentalista de responsáveis ??leoninos.
(Leia aqui Link Soares Franco "O papa está a morrer")
https://maisfutebol.iol.pt/geral/15-10-2003/quiosque-o-papa-esta-a-morrer-record
Dito isto, a experiência da Torcida Verde no terreno, recusa alimentar o maniqueísmo medieval que continua a imperar na narrativa comunicacional dos "donos da bola", quaisquer que sejam as suas cores clubistas.
Essa narrativa maniqueísta, no caso particular da polémica com o clube portista poderá ter a particularidade de reavivar a guerra artificial e norte-sul, o que seria uma infâmia acrescida, considerando a forte implantação verde e branca na região do nosso país.
O desaparecimento da principal personalidade do sistema que marcou o futebol português provocou manifestações hipócritas de solidariedade dos "voyeurs". De políticos, a dirigentes, um enorme desfile de eminências marcou presença nas exéquias do incontornável presidente do FCP.
Em contraponto, o silêncio institucional de outros dirigentes de clubes/SAD pelo desaparecimento dessa personalidade marcante do futebol português, originou um outro posicionamento radicalmente antagónico, passando uma mensagem subliminar de ressentimento e ressabiamento num período muito particular da colectividade portista.
Nesse caso, o silêncio falou de forma estridente.
Por estranho que pareça, ambas as posturas revelam-se "politicamente corretas" para as respectivas audiências:
- De um lado evocam-se e celebram-se como "espantosas conquistas do presidente dos presidentes", propagandeando o culto das vitórias a qualquer preço, custe o que custar, escamoteando-se a integridade das competições e "normalizando-se" o discurso fundamentalista que alimentou paixões... e ódios;
- Do outro lado, o discurso "purista" dos reverentes "beatos", sempre disponível para adaptarem (e mudarem) a sua narrativa em função do momento, assumindo-se como notáveis ??fundamentalistas da retórica do "establishment" que frequentam.
Inadevertidamente ou não, esses "grilos falantes", quais correias de transmissão dos seus dirigentes acabam por alimentar os antagonismos e o clima belicista com que (des)qualificam e subestimam exaustivamente o histórico presidente portista, alimentando especulações sobre uma nova "santa aliança" do SCP com o rival da 2ª Circular, numa renovada cruzada contra o clube nortenho.
Desta forma continua bem vivo o maniqueísmo que alimenta e se alimenta do futebol português.
Ironicamente, o desaparecimento do histórico dirigente portista, parece continuar a polemizar e a alimentar a mesma narrativa dos ódios para mobilizar as hostes e, também como estratégia de poder.
É esta uma realidade em 2025, onde a hipocrisia e o fundamentalismo são as duas faces da mesma moeda chamada futebol... como um negócio dos ódios, onde os adeptos são manipulados como idiotas úteis.
Nessas rivalidades exacerbadas, os adeptos das várias cores são formatados para terem em comum um "mesmo clube": o ódio FC!
À Torcida Verde não cumpre enviar condolências "ao FCP e aos seus adeptos", a viverem um momento de luto...até porque estaríamos a substituirmo-nos aos legítimos representantes institucionais do SCP.
A experiência como ADEPTOS conquistada desde 1984, ensinou-nos a não confundir as instituições e os seus ADEPTOS com dirigentes ou personalidade. Uma experiência VIVIDA nos estádios e pavilhões, longe dos gabinetes e dos camarotes VIP.
Adivinhem quem sente o impacto das narrativas fundamentalistas dos dirigentes clubistas?
Os adeptos que estão INCONDICIONALMENTE nos estádios e pavilhões!
Este posicionamento da Torcida Verde é público desde há muito.
A faixa da Torcida Verde presente em coreografias de 2005/06 e na presente época 2024/25 "Enquanto adeptos lutam entre si, donos da bola lucram para si!" reflecte uma consciência plena dessa realidade que vivenciamos durante décadas!
Na antecâmara da promulgação do infame Cartão do Adepto, publicarmos dois fanzines digitais em 2021 e 2022, onde foi minuciosamente desenvolvido o tema.
Para os "donos da bola", os adeptos são estratificados em instrumentos ou inimigos!
Por tudo isto, a coreografia "A guerra é um lugar onde jovens que não se conhecem e não se odeiam, matam-se entre si, por decisão de velhos que se conhecem e se odeiam, mas não se matam!", continua a ter uma premente atualidade!
Na Torcida Verde continuaremos a pugnar por uma realidade onde endereçar SINCERAS mensagens de tributo a RIVAIS não sejam consideradas uma heresia ou meras narrativas hipócritas.
Continuaremos a lutar por um espaço de cidadania onde seja possível endereçar ao nosso rival uma mensagem universal:
"defendeste as tuas cores, tal como nós defendemos as nossas...serão sempre nossos rivais...mas até os nossos rivais merecem respeito..."
Para isso será necessário que em cada rival enfrente um adversário, não um inimigo!
Estamos convictos que os adeptos de TODAS AS CORES, têm mais a UNI-LOS que a separa-los.
O assalto dos negócios que capturaram o futebol como fenómeno popular, é uma realidade que exige a convergência dos adeptos de todos os clubes".