Em entrevista concedida à edição desta quarta-feira do jornal O Jogo, André Villas-Boas abordou temas delicados relacionados com o seu início de mandato como presidente do FC Porto, nomeadamente a ausência no funeral de Pinto da Costa, o impacto da auditoria forense, e a saída de Sérgio Conceição do comando técnico da equipa principal.
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Sobre a ausência nas cerimónias fúnebres do histórico líder dos dragões, Villas-Boas admitiu que foi “difícil não estar presente”, sobretudo após uma campanha eleitoral marcada por momentos tensos.
“Compreendo o seu posicionamento. Escreveu em livro e sempre tive intenções de o respeitar. Custou-me muito ter sido difícil convencer a família para que o presidente passasse os últimos momentos no Estádio do Dragão. A cerimónia poderia ter sido ainda mais digna e elevada”, disse o atual líder portista.
O presidente dos dragões garantiu que nunca teve a intenção de magoar ou desprestigiar Pinto da Costa, mesmo após a publicação da auditoria forense, um dos compromissos assumidos durante a campanha eleitoral:
“Nunca tive o intuito de magoar o presidente. Nem penso que isto toque a magnitude do que ele atingiu no FC Porto, que é muito superior a tudo o que é resultado da auditoria”.
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Sobre Sérgio Conceição, Villas-Boas confirmou que a continuidade do técnico “era totalmente impossível”, dadas as ligações profundas ao anterior presidente. Ainda assim, houve espaço para um encontro após a final da Taça de Portugal:
“Fiz questão de o receber em minha casa. Discutimos vários temas, inclusive a sucessão. Houve profunda desilusão quanto à hipótese de Vítor Bruno o suceder”.
Apesar da saída difícil, Villas-Boas deixou elogios ao treinador que liderou os dragões durante sete épocas:
“O Sérgio é um treinador de referência. Deixou saudades pelo seu carisma, pela sua intransigência na defesa do clube. Quero e continuarei sempre a elevá-lo”.
O presidente portista referiu ainda a possibilidade de uma despedida simbólica de Pepe, e reconheceu que com Sérgio Conceição, a rutura emocional é mais profunda, tornando improvável um regresso para já:
“Gostava muito que se despedisse dos sócios de outra forma. Mas compreendo que a ferida seja difícil de sarar”.