O Boavista avançou com um pedido de declaração de insolvência como derradeira tentativa para travar o leilão dos terrenos do Estádio do Bessa, cujo desfecho está marcado para terça-feira de manhã. A acção deu entrada esta sexta-feira no Tribunal do Comércio de Gaia e procura evitar a conclusão de um processo que pode ter consequências drásticas para o futuro do clube axadrezado.
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O leilão em curso já ultrapassou o valor mínimo estabelecido (4.864.890,00 €), com o lance atual a cifrar-se em 4.914.000,00 €, colocando em risco a posse do histórico recinto do Boavista, num momento particularmente delicado para o emblema portuense, que também enfrenta a possibilidade de descida aos distritais, após ter falhado a inscrição na Liga 3.
Uma decisão unilateral e polémica
Segundo o que foi possível apurar, a decisão de avançar com o pedido de insolvência não foi discutida em Assembleia Geral, como determinam os estatutos do clube para matérias de elevada importância. A direção liderada por Garrido Pereira justificou o avanço com o caráter urgente da situação, procurando assim agir rapidamente para evitar a alienação dos terrenos do Bessa.
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No entanto, este procedimento poderá abrir espaço para nova polémica entre os sócios e a direção, numa altura em que o Boavista atravessa uma das fases mais conturbadas da sua história recente, com problemas financeiros graves e um futuro desportivo incerto.
Leilão prossegue até terça-feira
A conclusão do leilão dos terrenos do estádio está agendada para a manhã de 9 de julho, e, a menos que o tribunal intervenha até lá, o Bessa poderá efetivamente ser vendido a terceiros, pondo fim à ligação directa do clube ao seu espaço histórico.
Recorde-se que o Boavista enfrenta um risco real de despromoção aos distritais, depois de ter falhado a entrega da certidão de não dívida à FPF, impedindo a inscrição na Liga 3. Um cenário catastrófico que, a concretizar-se, poderá obrigar o clube a repensar toda a sua estrutura desportiva e organizativa.
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Enquanto isso, os sócios aguardam por mais esclarecimentos da direção, que terá de justificar, em sede própria, esta decisão drástica e unilateral de recorrer à insolvência para travar o leilão do que resta do património do clube.