O cenário que há poucas semanas parecia improvável começa a ganhar contornos de tragédia desportiva. O Boavista, histórico do futebol português, está praticamente condenado a descer aos Distritais, depois de falhar novamente a apresentação da certidão de não dívida, desta vez para a inscrição na Liga 3. A informação foi avançada por A BOLA e confirma-se um novo capítulo sombrio na já delicada situação financeira e institucional do clube do Bessa.
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Depois de ter sido impedido de competir na Liga 2 — e de não ter recorrido com sucesso das decisões nesse processo —, o Boavista viu-se obrigado a tentar um plano B: a entrada na Liga 3, divisão nacional de carácter não profissional. No entanto, nem esse objetivo foi concretizado, já que os axadrezados não cumpriram os requisitos de licenciamento exigidos pela FPF, nomeadamente a apresentação da certidão que comprova a regularização de dívidas.
A caminho do fundo… e do futebol amador
A consequência directa desta nova falha é dramática: o clube pode ser automaticamente remetido para os Distritais da AF Porto, ou seja, o nível mais baixo do futebol português. A comissão de licenciamento da Federação Portuguesa de Futebol ainda vai apreciar o caso, mas tudo indica que o Boavista poderá mesmo cair no escalão mais modesto do país, algo inédito na sua longa e ilustre história.
Recorde-se que o Boavista, campeão nacional em 2000/01 e presença regular nas competições europeias durante décadas, já atravessa há anos uma crise institucional profunda, marcada por problemas financeiros crónicos, mudanças na estrutura acionista e dificuldades em cumprir com obrigações salariais e fiscais.
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Clube sem norte
Com a SAD ainda envolvida em processos judiciais e negociações falhadas — nomeadamente com investidores estrangeiros e tentativas de aquisição por parte de empresários com ligações ao futebol internacional —, o clube vê agora o seu futuro mergulhar na incerteza total. Caso a descida aos distritais se confirme, será necessário recomeçar praticamente do zero, num contexto amador e com custos elevados em termos de estrutura, adeptos, receitas e imagem.
Uma decisão irreversível?
A única esperança de reversão passa agora pela decisão final da FPF, que deverá ser tomada nos próximos dias. Contudo, fontes próximas do processo indicam que a ausência de documentos essenciais é suficiente para travar a inscrição, restando aos responsáveis do Boavista apenas lamentar o desfecho e preparar uma eventual reestruturação radical a partir dos campeonatos distritais.
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O tempo joga contra o Boavista e a história pesa. Mas a realidade, neste momento, é cruel: o clube do Bessa está a um passo do abismo.