Francisco J. Marques, antigo diretor de comunicação e informação do FC Porto, voltou esta sexta-feira a tecer duras críticas à liderança de André Villas-Boas, afirmando que o atual presidente dos dragões está a conduzir o clube por um caminho de “mentiras” e afastamento do espírito que marcou a era de Pinto da Costa.
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Em declarações ao canal de YouTube O Último Bastião, Francisco J. Marques apontou o dedo ao comportamento de Villas-Boas durante o Mundial de Clubes, acusando-o de se manter afastado do plantel e de falhar na liderança de um momento marcante para o clube.
“Não pode ir e voltar do Mundial de Clubes sem fazer uma única refeição, de faca e garfo, com os jogadores. A maior incompetência no Mundial foi de André Villas-Boas”, começou por criticar, sublinhando que existe uma clara falta de empatia entre o presidente e o balneário: “A pessoa menos apreciada no plantel do FC Porto chama-se André Villas-Boas. Isso é muito preocupante.”
Críticas à estrutura e a Zubizarreta
Francisco J. Marques não poupou também Andoni Zubizarreta, que assumiu funções como diretor desportivo no primeiro ano do mandato de Villas-Boas. Para o ex-dirigente, o espanhol esteve ausente de decisões relevantes e o seu salário “obsceno” é desproporcional ao trabalho visível apresentado.
“Passou um ano sem se ver trabalho visível. Ganha mais do que alguma vez ganhou Jorge Nuno Pinto da Costa, que foi o maior gestor desportivo que o futebol mundial já teve.”
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“Prometeu verdade, falou mentiras”
Acusando o presidente portista de não cumprir o que prometeu aos sócios, Marques lamenta a ausência de resultados concretos após o discurso de renovação que Villas-Boas apresentou durante a sua candidatura.
“Prometeu verdade, mas fala mais vezes mentiras do que verdades. É terrível de dizer. Sou um simples sócio, mas esta gestão está cheia de patetices: precisávamos de nova vitrine para o Mundial de Clubes, onde não ganhámos um jogo, e íamos conquistar a Liga Europa com uma perna às costas”.
A sombra de Pinto da Costa
Por fim, o ex-diretor recordou o legado de Pinto da Costa, falecido em fevereiro deste ano, enaltecendo a obra feita pelo antigo presidente e deixando uma crítica direta à abordagem de Villas-Boas:
“O que caracteriza o primeiro ano de presidência de Villas-Boas foi uma vendeta contra o Pintismo. Mas foi o Pintismo que nos fez grandes. Pinto da Costa deixou um estádio pago, um museu extraordinário e o arranque de uma academia de excelência.”