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“Via o João Félix e dizia: Como é que um jogador destes sai do FC Porto?”

João Félix festeja golo no Atlético de Madrid-Cádiz

Renato Paiva concedeu uma entrevista ao site Mais Futebol, onde João Félix foi um dos temas abordados. O antigo treinador do Benfica B não teve dúvidas em eleger o jovem português como o mais talentoso que lhe passou pelas mãos.

É o jogador mais talentoso que treinei até hoje. Não treinei o Bernardo Silva: ele estava com o Bruno [Lage] nos sub-17 e eu estava nos sub-16. Quando ele vem do FC Porto, vem para os juvenis e eu sou o primeiro treinador dele.”, atirou.

Félix era já um jogador que estava no radar do scouting dos encarnados desde os infantis.

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O Benfica seguia o João desde que ele era infantil. E houve uma altura em que entre Benfica e FC Porto quiseram o João e ele optou pelo FC Porto por questões de distância. Mas o Benfica nunca perdeu o João do radar. Quando em sub-16 chegou aos ouvidos de alguém que ele estava insatisfeito no FC Porto e que queria sair, obviamente o Benfica posicionou-se para ele vir para o Benfica. Foi mérito da prospeção e de quem estava perto dele”, afirmou.

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Renato Paiva nem queria acreditar em como o FC Porto abriu mão de Félix, depois do seu primeiro treino.

“Logo na primeira semana, eu via o João a fazer coisas, virava-me para o Nuno Cardoso, o meu adjunto, e dizia-lhe: ‘O que é que está a acontecer aqui? Viste o mesmo que eu vi? Como é que um jogador destes sai do FC Porto?!’ Ele tem um feeling para o jogo que é uma coisa do outro mundo. E isso não se treina. É uma coisa que está dentro do jogador: vem do futebol de rua, da matreirice, da manha. E o João tinha todos esses atributos. Era um pauzinho de virar tripas, é verdade, mas era resiliente e quando era para ir para o conflito, ia. Tinha mau feitio, mas era um miúdo muito humilde. Fazia coisas inacreditáveis nos treinos e nos jogos. As pessoas diziam-me assim: ‘Onde é que joga o João?’ Joga dentro do campo: é o único sítio onde tinha de estar. Do meio-campo para a frente, fazia qualquer posição. À direita, à esquerda, atrás do avançado ou como avançado”, referiu.

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O dia em que Félix foi para a bancada depois de ficar deslumbrado

Classificando o jogador do Atlético de Madrid como sobredotado, Renato Paiva fala do trabalho em colocar Félix a jogar em prol dos interesses coletivos, ao invés dos impulsos naturais.

“Depende do sobredotado e da personalidade deles. Há aqueles que são de personalidade forte e vincada, mas que os outros jogadores percebem que aquela preponderância faz bem à equipa: ‘Estamos aflitos, pá, dá-lhe a bola e ele resolve.’ Os grupos identificam esses sobredotados e normalmente não se incomodam com essas questões”, começa por dizer.

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No entanto o jovem Félix acabaria por facilitar e o treinador teve de passar a mensagem.

“O João era um miúdo fácil de gerir, humilde, mas que passado um mês ou dois de Benfica, com a preponderância que começou a ganhar, começou a desleixar-se em algumas tarefas, essencialmente nas defensivas. E esteve praticamente um mês na bancada e no banco. Foi a maneira que encontrámos para demonstrar-lhe que não chegava aquilo que ele estava a fazer. Jogar só com bola é para alguns, só para predestinados, mas na formação não: na formação, o jogador tem de desenvolver as suas capacidades. O João percebeu. Foi um reavivar daquilo que ele passou no FC Porto, porque não jogava. Foi uma estratégia para dizer-lhe: ‘Ganhaste aqui uma preponderância, começaste muito bem, mas agora estás a desleixar-te em fatores e momentos do jogo que não podem acontecer. Se quiseres voltar ao ponto de partida, muito bem. Se não quiseres, o que vai acontecer-te é isto.’ Ele era um jogador de grandíssimo potencial, mas que estava a perder fatores que estavam a ficar para trás em relação ao crescimento dos outros jogadores. E havia que alinhar isso. Ele soube ouvir, perceber, passado um mês e tal voltou, foi o melhor marcador da equipa e foi indiscutível até ao final da época“, concluiu.

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