Na conferência de imprensa de antevisão ao jogo com o Arouca, Vítor Bruno foi confrontado com um alegado desencontro comunicacional com André Villas-Boas. É que o presidente do FC Porto defendeu que a história dos dragões obriga a ambicionar vencer a Liga Europa, ao passo que o técnico preferiu alinhar na lógica do jogo a jogo.
“Não, isto é… Cada ser humano é livre de se expressar. Estou perfeitamente alinhado com o presidente, ele quer ganhar tanto como eu. Quero muito ganhar, sou muito ambicioso, gosto da exigência diária de ganhar e queremos que isso fique enraizado, mas não queiram encontrar labirintos gramaticais para colocar uma pessoa contra uma, não serão bem-sucedidos. Disse apenas que queria atacar o jogo seguinte, o Bodo/Glimt, e para chegar a uma final temos de fazer 14 jogos ou até 16. Para chegar aí há muito caminho e depois há um alinhamento total, mas isto tem de ser um passo de cada vez e agora, se calhar, até somos menos candidatos. Agora é atacar o jogo de amanhã”, afirmou.
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Sobre o jogo diante dos arouquenses, Vítor Bruno chama a atenção para o registo da equipa adversária nos jogos fora e dos jogadores experientes que compõem o plantel.
“Nos últimos dois jogos fora sofreu um golo, no ano passado criou-nos problemas e tem de ser sério aviso para nós. Tem jogadores de muito talento, alguns muitos experientes na Liga. Temos de estar muito atento a jogadores como David Simão, Fukui, Jason, Ivo Rodrigues… Têm gente muito experimentada e conhecedora da realidade do futebol português. Segredo foi centrar-nos no que somos nós, em voltar a ter apetite voraz pela vitória, voltar a saboreá-la novamente, ver o jogo de Guimarães, carregar a barra de energia ao máximo e procurar este sabor da vitória”, referiu.
A partida marca o regresso do FC Porto ao campeonato, depois da derrota diante do Bodo/Glimt na Liga Europa.
“O Arouca é um adversário exigente, exige alto compromisso com o jogo, voltar a ir buscar as nossas raízes enquanto equipa, olhar para jogo com olhos certos. Há jogos que se tornam complexos por olhar para ele de forma quase desinteressada, aqui no FC Porto não há adversários fáceis ou difíceis, é preciso ganhar, atalhar caminhos e ganhar ganhar e ganhar. Jogo menos conseguido, não nego isso, é verdade, mas há momentos impactantes: Samu falha 2-0, já empatado temos o lance de João Mário para 2-1. A equipa está bem, obviamente que sentiu a derrota. Temos um lema e não fugimos dele e acredito muito. Quando há algum jogo que perdemos, de maior significado como este, estreia em prova europeia, faço questão naqueles cinco minutos após jogo e dia seguinte que se ataque logo, com gestos, palavras e redirecionar jogadores para o que é importante, desconstruir algum tipo de estigma que possa ter ficado criado. A agonia durou até atacarmos o jogo em análise vídeo. A partir daí é direcionar baterias ao jogo de amanhã e jogadores deram resposta brutal no ataque ao treino. Isso dá confiança ilimitada nos meus jogadores, confiança total para jogo de amanhã, estar muito atentos, o que temos sido na maioria dos casos. Atacar o jogo e ataca-lo bem, com a mentalidade certa”, disse.
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Falando individualmente dos jogadores, Vítor Bruno revela que Fábio Vieira pode estar no banco no próximo jogo e falou da situação de Vasco Sousa, que não tem sido opção.
“Sobre o Fábio, há essa possibilidade. [Sobre o Vasco Sousa] São opções técnicas, da mesma forma que optámos pelo Stephen [Eustáquio] em Guimarães e ele faz um jogo gigante, agora associam a um jogo negativo. Ele pode jogar amanhã, depende do jogo se será a titular ou no banco. Depende do plano traçado em quatro dias de trabalho, pode estar no onze amanhã“, salientou.
Questionado sobre a afirmação de Samu Omorodion, Vítor Bruno considera que há uma grande margem de progressão, assim como Deniz Gül.
“É o que é, há jogadores que se adaptam mais rapidamente, outros que demoram mais. Ao Samu ajudou-o muito ter ido à seleção [sub-21 de Espanha] na última paragem, fez minutos e isso foi um grande aporte aqui. Os colegas também têm sido incansáveis a acolhê-lo e o ambiente familiar no balneário ajuda. A língua também ajuda, temos muitos espanhóis e os jogadores quando têm qualidade também se adaptam rapidamente, têm essa qualidade de se plastificar na equipa. Obviamente que não será sempre assim e ele não marcará sempre golos, mas contribuirá de outra forma. Samu e Gul têm muito espaço de crescimento pela nossa exigência e não é por estar vinculado a quatro golos que está tudo bem, mas tem um potencial gigante“, concluiu.
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