Após a derrota de Portugal diante da Sérvia, que atirou a equipa das quinas para o play off, Fernando Santos assumiu que a exibição não foi a melhor.
“Entrámos muito bem, pressionámos e marcámos. Depois, começámos a não ter bola, a jogar atrasados, com dificuldade em chegar ao adversário. Dificilmente acertávamos as marcações. Chamei os jogadores para tentar acertar. Montei a equipa com quatro médios interiores para chegarmos a tempo, para os laterais não estarem tão fechados e poderem abrir mais, que era importante. Tivemos sempre muita dificuldade. Eu tentei, os jogadores tentaram, mas, com bola, não ligávamos os jogo. Sabíamos das dificuldades da Sérvia, e, sempre que ligávamos o jogo, criávamos problemas ao adversário. Na maior parte das vezes, jogámos para trás, para o guarda-redes. OK, a responsabilidade é minha“, assumiu.
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O selecionador nacional procurou explicar o que correu mal nestes dois jogos.
“A mensagem não era, seguramente, para jogar assim. Não jogámos para empatar. Jogámos em 4x3x3, se fosse para empatar com um adversário destes, não teríamos jogado assim. O que disse aos jogadores é que eles atacavam bem, mas que nós podíamos defender bem, e, com bola, explorar os três jogadores da frente. Eles, normalmente, até davam essa possibilidade. Podíamos ter feito isso, mas os jogadores não conseguiram. Se calhar a mensagem não passou, não sei… Mas a verdade é que não conseguimos. Na segunda parte, ao intervalo, expliquei no quadro, e alguns jogadores não conseguiram perceber todas as mensagens. Expliquei o que estava acontecer no jogo, mas eles meteram os dois avançados, o que permitia aos nossos laterais subir mais e jogar contra os laterais deles sem problemas nenhumas. O jogo ficou um pouco mais equilibrado, não houve tanta dificuldade e, nalguns momentos, conseguimos ter bola. Criámos duas ou três oportunidades de golo. Eles, em cruzamentos, também criaram, mas nós tivemos um lance flagrante do Renato. O Bernardo estava bem, mas começou a ressentir-se e teve de sair. Metemos o Bruno para continuar a dar essa mobilidade à equipa, mas, nos corredores laterais, não conseguimos fazer o que é normal”, referiu.
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Fernando Santos assumiu também a superioridade dos sérvios.
“A Sérvia foi melhor, a verdade é essa. Nós tentámos. O nosso ADN é jogar com bola no pé, mas tivemos dificuldade em drible. O Bernardo quis bola, e teve bola, mas foi o único. De resto, jogámos com receio, com ansiedade, para o lado e para o guarda-redes. Raramente variámos o centro de jogo. A responsabilidade é minha“, disse.
Apesar de tudo, o selecionador acredita que Portugal marcará presença no Mundial de 2022.
“Esta equipa tem moral para ganhar e vamos estar no Qatar. Sentimos o que está a acontecer na cabine. Todos sabemos que não fizemos tudo o que devíamos ter feito, mas vamos estar no Qatar“, vaticinou.
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Por último, Fernando Santos discorda da ideia de a equipa ser conservadora.
“Isso não é verdade. Podem dizer o que quiserem. Eles respondem melhor a isso do que eu. Eles sabem que jogamos sempre para ganhar, a pensar no momento ofensivo, mas nem sempre sai como queremos. Mas a responsabilidade é minha“, concluiu.
