Bruno de Carvalho marcou presença num programa especial do Bola na Rede, onde foi questionado sobre o mérito de Frederico Varandas no fim de jejum de 19 anos do Sporting.
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Acompanhado de Augusto Inácio, Edmilson e Jefferson, o antigo presidente leonino garante não ter problemas em reconhecer o mérito do atual líder leonino. Contudo fez questão de recordar o trabalho da direção que lhe antecedeu e de pessoas como Augusto Inácio.
“Eu sempre coloquei o Sporting acima de tudo. E sobretudo acima de mim. Nunca tive esses problemas. Não, não sou hipócrita e não me esqueço do espetáculo degradante que Frederico Varandas deu naquele julgamento, a apontar-me a culpa, como se fosse lindo apontar para um ex-presidente e dizer que o ex-presidente era capaz de mandar bater seja a quem for.
Não sou daqueles portugueses que acham que as pessoas mesmo quando roubam merece ganhar eleições. Para mim, não merecem sequer ir a eleições. E não estou a falar de clubes. Estou a falar de casos na política”, afirmou.
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Bruno de Carvalho recordou a forma como Frederico Varandas chegou ao cargo de presidente do Sporting.
“Sinceramente, a forma aberrante como ele chegou ao poder, acusando o ex-presidente, num tribunal, daquilo que se passou em Alcochete… Continuo a dizer: não lhe tenho respeito nenhum, nem enquanto pessoa nem enquanto sportinguista. Agora, o mérito é de lá“, referiu.
O antigo líder dos leões lembra a posição difícil em que se encontra, uma vez que seja ela qual for, ficará sempre mal na fotografia.
“É muito difícil gerir as minhas atitudes neste universo sportinguista – que tem coisas fenomenais e coisas absolutamente psicadélicas. Se eu disser: ‘estou feliz porque o Sporting foi campeão’, acusam-me de ser mentiroso e dizem: ‘Não estás nada feliz porque não és tu’. Se eu tomar outra opção e disser que não estou feliz, chamam-me ‘ressabiado’. Portanto, nem sei muito bem como hei de reagir. Então, o que faço? Sou genuíno, sou natural, e estou a borrifar-me para o que as pessoas dizem”, disse.
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Bruno de Carvalho criticou ainda a postura de antigos dirigentes que consideram elogiar Varandas para o atingir.
“É inacreditável que eu tenha visto mais vezes o meu nome na televisão do que o nome de Frederico Varandas. E quando falam do Frederico Varandas é para dizer mal de mim. Atingiu-se uma paranoia no Sporting… Eu quero paz e sossego.
Ainda não percebi se as pessoas gostam do Varandas ou se não gostam de mim. Porque só vejo o Varandas ser utilizado como arma de arremesso. Já uma notícia em que estavam a pensar fazer uma estátua. Eu sou um apologista de uma estátua do Varandas. Completamente. O Varandas precisa de uma estátua. Recebeu uma herança pesadíssima“, ironizou.
O ex-dirigente chama para si o mérito da fornalha de talento que neste momento brota em Alvalade.
“Eu, o Inácio e outras pessoas não andaram lá a fazer nada. Ninguém andou lá a fazer nada. A formação estava ao abandono… Agora, de repente, apareceram estes jovens todos, que nasceram de geração espontânea. O ‘pai’ deve ser Varandas e eles de repente, em dois anos, passaram a ter 18 anos“, atirou.
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Para Bruno de Carvalho, este título deve-se a um homem: Rúben Amorim.
“Já digo há muitos meses que Rúben Amorim é o obreiro fantástico. E não digo isto para atingir o Varandas. Não minto sobre a minha opinião. O Varandas, enquanto presidente (apesar do título) e enquanto pessoa não vale nada. É a minha opinião, sempre foi e não mudou. Eu não sou um comentador qualquer, sou um ex-presidente do Sporting. Sei o que está bem ou está mal. Estou feliz, tenho o direito a comemorar enquanto sportinguista. Tenho consciência dos erros graves que estão a ser cometidos e dos perigos que há no futuro, mas hoje é dia de alegria”, salientou.
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Por último Bruno de Carvalho considera que merece mais respeito pelo trabalho que desenvolveu durante os cinco anos e meio em que conduziu os destinos do Sporting.
“Não sou o Super-Homem, não fiz tudo bem, mas tenham respeito. Sim, Varandas é o presidente; sim, o Sporting foi campeão; sim, tem mérito. Passei a gostar dele? Não. Eu não me chamo Dias Ferreira. Sou um mero adepto. Não tenho presidente, tenho clube. Não tenho de mentir e dizer que ele é o meu presidente. Mal de mim se ele [Varandas] fosse o meu presidente. Mérito é todo de quem lá está. Não é o Varandas que lá está? Tem mérito. Agora, não me chateiem com essas perguntas. Deixem-me em paz. Fiz o meu melhor. Fomos campeões em 2015/16“, frisou.