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“Após os emails, em caso de dúvida o Benfica foi penalizado pela arbitragem”

Adeptos do Benfica erguem bandeira do clube

Na segunda sessão do julgamento do processo relativo à divulgação dos emails do Benfica divulgado no Porto Canal por Francisco J. Marques, onde foram testemunhar Manuel Brito e Luís Mendes, vice-presidentes do emblema encarnado.

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Apesar de não conseguirem explicar o impacto que este caso teve fora do relvado, ambos não têm dúvidas em apontar que as águias saíram prejudicadas dentro de campo.

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Não sei se se perdeu algum patrocinador, mas em termos de imagem é difícil de recuperar. Fiquei chocado com a divulgação daqueles emails. Em termos reputacionais, teve consequências gravíssimas que ainda hoje estamos a tentar recuperar. Em termos desportivos também“, assinalou Manuel Brito.

Este acrescenta que o Benfica foi prejudicado ao nível da arbitragem após a divulgação dos emails, enquanto o FC Porto saia beneficiado. Tudo isto, aponta, fazia parte da estratégia dos dragões.

Vínhamos de um bicampeonato, na altura dos factos com quatro campeonatos consecutivos era questão de sobrevivência para o FC Porto ter aceso direto à Champions perante a situação financeira que se vivia. A divulgação dos emails teve impacto notório. Em caso de dúvida, o Benfica foi sempre penalizado. Se formos ver as estatísticas desde então, podemos ver o número de penáltis assinalados a favor do FC Porto ou Benfica. Em caso de dúvidas, o Benfica era sempre penalizado“, afirmou.

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Questionado sobre se os encarnados passaram a ser beneficiados pelos árbitros, Manuel Brito defende o contrário.

Não era beneficiado. Eu acho que ficaram a penalizar o Benfica depois dos emails. Se calhar antes eram justos para todos os clubes, imparciais“, atirou.

Ao ser confrontado pelos advogados de defesa, Manuel Brito não soube dizer se o Benfica apresentou queixa contra Francisco J. Marques pelos danos causados, nem identificou um email que tenha sido truncado, ou um interveniente visado nesses emails alterados. No entanto, assegura que deixou de dar valor ao que Francisco J. Marques ia divulgando, a partir do momento em que percebeu que os emails eram adulterados.

Já Luís Mendes teve um testemunho semelhante ao de Manuel Brito, embora assumisse uma postura cautelosa e de adepto.

Do ponto de vista desportivo, a minha leitura é que tudo o que saiu acabou por ter influência nos próprios agentes desportivas e na forma como interagiam como o Benfica. Podíamos ver as arbitragens a terem algum cuidado nas próprias decisões, mas não sou especialista. É a minha visão de adepto. Mas sempre que havia dúvidas parecia que era decidido contra o Benfica. A minha leitura de adepto era essa“, referiu.

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Ainda assim evitou entrar no tema das nomeações dos árbitros que, alegadamente, seriam mais afetos ao Benfica.

O advogado de Francisco J. Marques leu então uma troca de emails entre Domingos Soares de Oliveira e Paulo Gonçalves em que o CEO financeiro dos encarnados garantia que a FPF iria “pagar 50 mil euros pela porta do cavalo”.

Questionado sobre se considerava aceitável este tipo de pagamento, Luís Mendes respondeu.

Eu não lhe posso dizer aquilo a que neste caso o Domingos Soares de Oliveira se estava a referir, mas nenhum pagamento pela porta do cavalo é aceitável“.

O recente vice-presidente das águias foi ainda questionado pelo advogado de Diogo Faria se o que causou mais dano na reputação da instituição foi a divulgação dos emails ou, “em abstrato, a detenção de um presidente em exercício de funções“. “Tem tudo a ver com as circunstâncias pelas quais o presidente é detido. E porque é detido“, recusando-se a comentar em “abstrato”.

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