Carlos Freitas, antigo diretor desportivo do Sporting, concedeu uma entrevista ao site italiano cronache di spogliatoio, onde falou sobre o despontar de Cristiano Ronaldo.
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O ex-dirigente leonino recorda como o astro português chamava a atenção com a qualidade que apresentava aos 15 anos e a evolução que demonstrou até se estrear pela equipa principal aos 17 anos.
“O coordenador do departamento jovem, o Jean Paul, disse-me: ‘Carlos, temos o avançado de 15 anos mais forte do Mundo‘. Quando alguém nos diz isto, aguça-nos a curiosidade. O Cristiano progrediu diariamente até aos 17 anos, quando se estreou na equipa principal. Ainda me lembro: uma pré-elimiatória da Liga dos Campeões contra o Inter, em agosto de 2002. Era fácil ficar impressionado com as suas qualidades, mas outro assunto foi discutido na academia naquela altura: ‘Qual é o sua posição?‘ Porque ele jogava do lado direito, do esquerdo, a ponta-de-lança, driblava bem, cruzava bem e dentro da área saltava mais do que os outros. Na realidade, ele fazia todas as posições ofensivas”, recordou.
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Ronaldo estreou-se contra o Moreirense e até hoje Freitas não esquece. Não tanto pela exibição do craque português, mas sobretudo pela mãe Dolores Aveiro.
“Como posso esquecer? A mãe estava na bancada, ela sentiu-se mal e desmaiou…“, atirou.
O hábito de continuar a treinar para lá da hora já vem de pequeno.
“Quando ele chegou a Lisboa, com 13 anos, era pequeno. Todos os miúdos que vinham de fora viviam num pequeno hotel e seguiam diretamente para o campo. Ocasionalmente ele ficava mais tempo no ginásio do estádio e o pessoal da manutenção chegava a desligar as luzes pois caso contrário ele ficava lá..”, lembrou.
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Carlos Freitas acompanhou o crescimento de Ronaldo. “Ele é um dos jogadores com quem tive sorte de me cruzar. Digo isto porque ninguém pode dizer que o descobriu. Com Ronaldo só se pode ter a sorte de trabalhar com ele e não digo isto por hipocrisia.”
O salto para Inglaterra
Freitas detalhou o momento da transferência de Ronaldo para o Manchester United, depois de maravilhar os ingleses no jogo de estreia do Estádio de Alvalade.
“O primeiro clube a fazer uma aproximação foi o Arsenal. Os diretores chegaram a reunir-se connosco em Lisboa, mas não chegámos a acordo. Depois houve uma proposta do Parma, mas os números deles não nos interessaram. Depois veio o United. Na altura o adjunto de Alex Ferguson era o Carlos Queiroz, que fez a ligação entre os dois clubes. Eles queriam-no por empréstimo, com opção de compra“, salientou.
E prosseguiu: “A 26 de agosto de 2003, no dia de anos da minha filha, jogámos no estádio novo, antes do Europeu de 2004 contra o United. Eles vinham de uma viagem dos Estados Unidos e estavam com jet lag. Para eles foi um massacre. O O’Shea sofreu como nunca na sua carreira. No final da primeira parte os irmãos Neville perguntaram: ‘É o 28 que dizem que vem para a nossa quipa?’ E o Ferguson respondeu: ‘Sim’. Depois do jogo Alex Ferguson ficou em Lisboa para uma reunião connosco. Aumentou a proposta e levou-o“.
O caso de Fábio Paim
Por último Freitas recordou o caso de Fábio Paim, jogador que previam que seria superior a Ronaldo, mas que caiu em desgraça.
“Fábio Paim foi um dos talentos mais absurdos que já vi. Aos 17 anos o Chelsea queria-o, o Sporting fez um tremendo esforço económico para o manter, mas ele não acompanhou o talento que tinha. Tinha tudo para se tornar um jogador de classe mundial: rápido, forte no um contra um, fazia assistências, marcava golos…”.