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Nacional
11/12/25 às 13:25

FC Porto–Malmö: Dragão regressa às luzes europeias para enfrentar um adversário enigmático

O Estádio do Dragão volta a vestir-se de europeu esta quinta-feira para receber o Malmö numa noite que pode revelar-se determinante para o percurso do FC Porto na Liga Europa.

A equipa de Francesco Farioli entra em campo com dez pontos somados e instalada na zona de qualificação direta para os oitavos de final, mas sabe que o mínimo deslize pode alterar contas que continuam apertadas no topo da classificação geral da prova.

Os suecos chegam ao Porto como um adversário peculiar: pouco competitivo nas últimas semanas, em plena mudança de treinador e com apenas um ponto conquistado na competição. Um cenário que, paradoxalmente, torna a equipa ainda mais imprevisível — e é precisamente essa imprevisibilidade que tem sido sublinhada por Farioli na antevisão ao encontro.

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Um FC Porto a reencontrar estabilidade

A vitória em Tondela trouxe um balão de oxigénio ao grupo, depois da eliminação precoce na Taça da Liga. O FC Porto continua a mostrar solidez na Europa — três vitórias, um empate e apenas uma derrota nesta fase de liga — mas também sinais de que o último terço nem sempre tem funcionado com a fluidez desejada.

A boa notícia da semana estava relacionada com Gabri Veiga… até deixar de estar. O médio espanhol acabou por não ser convocado devido a um “pequeno problema”, confirmou Farioli. A ausência pesa, mas não surpreende: Veiga já tinha falhado a última jornada da Liga por lesão e o treinador prefere cautela. Luuk de Jong e Nehuén Pérez continuam igualmente fora das opções.

Ainda assim, a estrutura portista mantém confiança. Desde o deslize com o Nottingham Forest que os dragões perderam apenas uma vez, crescendo competitivamente na Liga Europa e reforçando o registo caseiro. O regresso ao Dragão representa, portanto, não apenas mais um jogo europeu, mas uma oportunidade clara de consolidar estatuto e ritmo.

O adversário mais difícil de estudar

Farioli admitiu-o sem rodeios: preparar o jogo para enfrentar um Malmö em pausa competitiva e com treinador interino é tão complicado quanto ingrato. O campeonato sueco terminou há mais de um mês e a equipa não disputa jogos oficiais desde 9 de novembro, com exceção do encontro europeu contra o Nottingham Forest.

Os suecos terminaram a liga doméstica no sexto lugar, longe da luta por títulos, e chegam a esta jornada europeia com uma mochila pesada: cinco derrotas e um empate, somando apenas um ponto que os deixa na penúltima posição da Liga Europa.

Anes Mravac, interino escolhido após o despedimento de Henrik Rydström, viaja ao Dragão com um discurso realista, mas destemido. “Afinal, eles também são pessoas, de carne e osso”, disse o técnico, rejeitando qualquer postura de inferioridade. Para o Malmö, o jogo vale sobretudo dignidade — e uma despedida sem amargura.

Histórico que não existe, mas contexto que pesa

FC Porto e Malmö nunca se defrontaram em competição oficial. No entanto, a história azul e branca com equipas suecas é curta, mas positiva: quatro jogos frente ao IFK Göteborg na década de 90 resultaram em três vitórias portistas.

A primeira visita do Malmö ao Dragão estreia um novo capítulo que, por tudo o que está em jogo, terá muito mais importância para os portugueses do que para os nórdicos.

As palavras dos treinadores

Farioli sublinhou a necessidade de foco:

“Temos diferentes planos e cenários preparados. Mais do que nunca, precisamos de concentração total.”

Já Mravac, sabendo que o Malmö não tem nada a perder, procurou virar a narrativa a favor da sua equipa:

“Se competirmos sem medo, damos a nós próprios uma oportunidade.”

Arbitragem

O encontro será dirigido pelo norueguês Rohit Saggi, auxiliado por Morten Jensen e Anders Olav Dale. No VAR estará uma dupla alemã: Sören Storks e Benjamin Brand.

Um jogo que vale mais do que três pontos

Para o FC Porto, não se trata apenas de vencer. Trata-se de manter distância para os perseguidores, garantir estabilidade europeia e reforçar o estatuto num ano competitivo irregular. A vitória contra o Malmö é, teoricamente, obrigatória — mas o contexto do adversário deixa espaço para o imprevisível.

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Às 20h00, o Dragão voltará a acender as luzes da Europa. Resta saber se os dragões estarão à altura do que o momento exige: maturidade, concentração e, acima de tudo, eficácia.

André Miguel Rodrigues