Bruno Lage concedeu uma longa entrevista ao jornal A Bola, na qual abordou a segunda passagem pelo comando técnico do Benfica.
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O treinador garantiu que deixa a Luz com orgulho, apesar das dificuldades, e explicou os motivos que o levaram a colocar o lugar à disposição após a derrota com o Qarabag (2-3), na Liga dos Campeões.
“Na globalidade tivemos bons momentos de futebol, conquistámos mais dois troféus e saio com orgulho”, começou por afirmar, sublinhando que manteve sempre “uma relação muito clara” e uma amizade de longa data com Rui Costa.
Logo após o desaire europeu, Lage pediu reunião de emergência com o presidente encarnado e apresentou três condições para a saída: “Disse-lhe apenas que tinha três condições. A primeira era aquela sobre o meu contrato. A segunda que só queria receber até àquela data e que ele respeitasse o contrato dos meus adjuntos. Por último que no dia seguinte pudesse despedir-me dos jogadores”.
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O técnico reconheceu que o calendário, com o Mundial de Clubes e oito jogos em agosto, foi determinante para o desgaste da equipa. Ainda assim, assumiu um erro estratégico: “Cometemos um erro metodológico, que foi jogar com o Santa Clara na sexta-feira. Não podíamos começar aquele ciclo cansados”.
Um dos episódios mais comentados da sua passagem foi a substituição de Orkun Kokçu, que gerou atrito público entre ambos. Lage esclareceu: “Foi um momento infeliz de ambos. No dia seguinte, bati à porta do quarto dele e começámos a rir-nos. A primeira coisa que ele me disse foi: como é que duas pessoas que se deram tão bem durante nove meses tiveram aquele momento?”.
Sobre o peso que recaía sobre o internacional turco, explicou: “Ele dizia-me várias vezes que, quando se ganhava, estava tudo bem, mas quando se perdia havia dois alvos: primeiro o treinador, depois ele, por ser o jogador mais caro da história do Benfica”.