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Nacional
04/07/25

Fisioterapeuta explica decisão fatal de Jota viajar de carro e não de avião

Fisioterapeuta respiratório confirma que o internacional português adiou operação para representar Portugal na Liga das Nações e viajou de carro por razões médicas

A morte trágica de Diogo Jota, na madrugada da passada quinta-feira, em Espanha, continua a deixar o país em choque — e surgem agora mais detalhes sobre os dias que antecederam o acidente

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A escolha de viajar de carro, e não de avião, tem uma explicação clínica: o jogador do Liverpool tinha sido recentemente submetido a uma cirurgia pulmonar que desaconselhava qualquer voo durante pelo menos seis semanas.

O esclarecimento foi feito por Miguel Gonçalves, fisioterapeuta respiratório que acompanhou o internacional português em Portugal, numa entrevista à RTP 3.

«Ele é operado em Liverpool. Tinha uma lesão pulmonar, um pneumotórax, que é o alojamento de ar entre o pulmão e a pleura. A cirurgia que fez foi uma espécie de colagem entre os dois tecidos, para evitar recorrências. Depois disso, veio para Portugal passar férias e casar — tudo de barco e de carro, por indicação médica», explicou o especialista.

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Riscos da viagem aérea impediram voo 

De acordo com Miguel Gonçalves, a razão principal para evitar o avião prende-se com a alteração da pressão na cabine, que poderia comprometer gravemente a recuperação: «Não é aconselhado andar de avião nas primeiras seis semanas pós-cirurgia. A diferença de pressão pode provocar um descolamento do pulmão. Por isso, veio de carro e barco para Portugal e planeava regressar a Liverpool da mesma forma, via Santander, para se apresentar na segunda-feira no clube, como estava planeado». 

Um risco assumido por amor à camisola 

Miguel Gonçalves confirmou ainda que a operação foi adiada por opção do próprio jogador, com o objectivo de disputar a Liga das Nações ao serviço de Portugal — competição que a Seleção acabaria por vencer frente à Espanha.

«O Diogo Jota sabia que precisava da cirurgia, mas pediu para a adiar para poder jogar. Tinha uma enorme paixão pela Seleção e achava que Portugal ia ganhar. E ganhou. Ele queria fazer parte da conquista, mesmo sabendo que havia um risco — moderado, mas presente — de recidiva», contou o fisioterapeuta. 

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Dedicação total à recuperação

Já depois do casamento, a 22 de Junho, Diogo Jota iniciou os trabalhos de recuperação pulmonar em solo português, sempre com acompanhamento clínico: «Estava muito empenhado. Começámos logo com exercícios de expansão pulmonar e treino respiratório. O objetivo dele era voltar para Liverpool já com 80 a 90% da capacidade recuperada, para poder iniciar a pré-época o mais estável possível». 

A viagem de regresso — planeada por estrada — terminaria tragicamente na região de Zamora, com o despiste fatal do automóvel que transportava Diogo Jota e o irmão, André Silva, também ele vítima mortal. 

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André Miguel Rodrigues