Sérgio Conceição abriu o livro este sábado, em Coimbra, no 2.º Congresso de Futebol da cidade, onde abordou a realidade exigente que encontrou no AC Milan.
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O treinador luso, que sucedeu a Paulo Fonseca no comando técnico dos rossoneri no final de dezembro, não escondeu que a adaptação tem sido tudo menos fácil.
«Não sou pessoa de desculpas, sabia que ia encontrar dificuldades. Não escolhi o plantel, o contexto é difícil e não tenho tempo para treinar. Tive nove jogos em 30 dias… E as sessões de vídeo não valem tanto como o trabalho no campo. Foi e está a ser muito difícil», revelou o antigo técnico do FC Porto.
🏟️ Conceição admite que ainda não conseguiu implementar uma identidade de jogo clara na equipa, mas não se arrepende da decisão de rumar a San Siro:
«Depois de sair do FC Porto tive situações superconfortáveis a nível financeiro, mas queria um projeto num dos campeonatos mais fortes do mundo. O meu sonho é vencer a Liga dos Campeões, e o Milan, apesar do momento delicado, dá-me essa possibilidade».
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⚠️ O treinador português foi também claro sobre a exigência e instabilidade da profissão:
«Os dirigentes e presidentes querem salvar a pele. Nós, treinadores, vivemos de resultados. A bola tem mesmo de entrar. Podemos falar de projetos, mas sem ganhar, não há projeto que resista».
🏗️ Sobre o processo de construção de uma identidade, Sérgio Conceição deixou um exemplo prático:
«Se tenho centrais com ‘tijolos nos pés’, não vou querer que saiam a jogar. É preciso conhecer os jogadores, saber o que podem dar e adaptar a identidade de jogo ao que temos. A eficácia conta, e muito.»
💣 E, como seria de esperar, a pressão mediática também não dá tréguas:
«Uma semana depois de chegar, jogámos a Supertaça com a Juventus, ganhámos, depois vencemos o Inter na final. Mas bastou empatar com o Cagliari para já aparecerem nomes para me substituir. É uma realidade muito diferente, até daquela que conheci quando jogava em Itália há 20 anos».
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Sérgio Conceição continua a lutar contra o tempo e as expectativas, numa fase em que o Milan ocupa posições modestas na Serie A e sonha ainda com a Taça de Itália como tábua de salvação. A missão não é fácil, mas se há alguém habituado a remar contra a maré, é o treinador português. 🔴⚫