A histórica vitória do Benfica sobre o Bayern Munique (1-0), no Mundial de Clubes, serviu não só para alimentar o sonho de conquistar o troféu, como também para Bruno Lage lançar recados bem dirigidos — ao Real Madrid, a Álvaro Carreras… e até aos próprios adeptos.
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Na conferência de imprensa após o jogo, o treinador encarnado não poupou nas palavras e abriu o coração para falar de críticas, pressão, ambição e futuro. Uma vitória que marca pela história, mas também pela clareza do discurso de Lage, cada vez mais à vontade no comando técnico do Benfica.
Sobre Carreras… e a sombra de Madrid
Questionado sobre a possível saída de Álvaro Carreras, lateral que tem sido apontado ao Real Madrid, Bruno Lage não escondeu a realidade: há negociações em curso e, caso se confirme o pagamento da cláusula de rescisão, nada poderá ser feito.
“Gostávamos de continuar com o Álvaro, mas entendemos que, se houver proposta em função da cláusula para prosseguir a carreira, as pessoas tratarão do assunto”.
Um discurso realista que contrasta com os habituais “não comentamos rumores”. Carreras tem sido uma das revelações da temporada, e Lage sabe que o interesse do colosso espanhol poderá ser difícil de travar.
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Recado aos cépticos: “Ninguém acreditava”
O treinador foi mais longe e aproveitou a conferência para deixar um recado claro aos que duvidaram do Benfica — antes e durante este Mundial de Clubes.
“Ninguém acreditava que vencêssemos o Bayern, a conversa era a ‘final’ com o Boca, depois era marcar o maior número de golos ao Auckland. Nunca se falou da possibilidade de vencer o Bayern. E vencemos”.
E foi além: admitiu que a pressão constante sobre alguns jogadores — “se marcam dois golos, têm de marcar três” — mina a confiança e a serenidade do grupo. A vitória frente ao Bayern foi, para Lage, também um triunfo emocional.
Renato Sanches em destaque
Sobre Renato Sanches, autor de uma exibição sólida frente aos alemães, Lage fez questão de sublinhar o seu contributo e acalmou os receios após a sua substituição.
“Fez grande jogo, como em Munique. Saiu sem qualquer problema. Sentiu um pequeno toque, mas não parece nada daquilo que o tem impossibilitado no passado”.
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O médio português, que procura relançar a carreira, parece finalmente reencontrar-se sob o comando de Bruno Lage.
Sonhar, sim. Mas com os pés no chão
Sobre a ambição de vencer o Mundial de Clubes, Lage foi cauteloso:
“Saímos da pressão para a euforia, precisamos de passos sólidos. Independentemente do adversário, daremos tudo para ganhar”.
Bruno Lage e a liderança
O treinador fez ainda questão de destacar o espírito do grupo, revelando que a vitória teve um sabor especial por sentir que os jogadores acreditam nas suas ideias.
“Perceber que os homens que lideramos morrem por nós e pelas nossas ideias é bom”.
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Num momento de viragem para o Benfica nesta competição, Bruno Lage não só reergueu a equipa em campo, como também reafirmou a sua autoridade fora dele — com firmeza, realismo e ambição.