Iván Jaime não quer voltar ao FC Porto. Depois de uma época de altos e baixos no Dragão e de um empréstimo ao Valência na segunda metade da temporada passada, o médio ofensivo espanhol está determinado a continuar em La Liga, mesmo que isso signifique nova cedência temporária aos ‘chés’.
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Com contrato até 2028 e uma cláusula de rescisão fixada nos 80 milhões de euros, Jaime não entra nos planos do novo treinador Martín Anselmi para 2025/26. André Villas-Boas pretende rentabilizar o jogador, mas não admite facilitar: o FC Porto só aceitará uma venda a título definitivo por valores na ordem dos 10 milhões de euros, o mesmo que pagou ao Famalicão em 2023 por 80% do passe.
No entanto, o cenário está longe de ser simples. O Valência não tem liquidez para acionar a cláusula de compra fixada em 8 milhões de euros (7M fixos + 1M por objetivos) e, por isso, tenta renegociar um novo empréstimo com o apoio do próprio jogador. Jaime está convencido de que pode afirmar-se em definitivo em Espanha e relançar a carreira num contexto onde já se sente mais adaptado.
De promessa a desilusão no Dragão
Iván Jaime chegou ao FC Porto com rótulo de craque em potência, depois de uma época brilhante ao serviço do Famalicão, onde chegou mesmo a ser distinguido como o melhor jovem do campeonato. Mas o impacto esperado nunca aconteceu.
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Apesar de ter deixado boas indicações em alguns momentos – como na Supertaça frente ao Sporting, onde marcou o golo decisivo no prolongamento da vitória por 4-3 –, o criativo espanhol acabou por perder espaço nas opções de Sérgio Conceição e mais tarde de Vítor Bruno. Com a chegada de Anselmi, nem sequer foi utilizado na estreia frente ao Maccabi Telavive.
Fontes próximas do balneário revelaram que o médio foi várias vezes acusado de falta de empenho nos treinos, e a exigência diária do universo portista acabou por pesar. O jogador chegou mesmo a solicitar um regresso a Espanha, onde encontrasse “conforto e felicidade a jogar futebol”.
Lesão travou adaptação em Valência
O empréstimo ao Valência também não foi linear. Iván Jaime teve uma lesão que o afastou durante quase dois meses e falhou seis jogos importantes – frente a Girona, Maiorca, Real Madrid, Sevilha, Rayo Vallecano e Espanhol. Mesmo assim, foi utilizado nos últimos quatro encontros da época e deixou boa imagem no clube.
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Agora, a vontade é clara: Jaime quer ficar. O Valência está recetivo a mantê-lo, mas não tem margem financeira para comprar o passe. O FC Porto, por sua vez, mantém-se irredutível quanto ao valor de venda.
O cenário de novo empréstimo parece, para já, o mais realista. Villas-Boas prefere esperar por propostas de compra, sabendo que o jogador ainda pode gerar interesse no mercado – já o teve, no passado, antes da ida para o Dragão.
Até lá, Iván Jaime permanece como um caso por resolver no plantel azul e branco, sem espaço real na equipa e com vontade firme de continuar… longe do Porto.
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