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15/12/25 às 11:41

Nicolau von Rupp vence na Nazaré num dia para a história: “Tivemos ondas muito próximas dos recordes do mundo”

A Praia do Norte voltou a ser palco de um dia absolutamente memorável para o surf de ondas gigantes e, mais uma vez, com assinatura portuguesa.

Nicolau von Rupp conquistou, no sábado, o Tudor Nazaré Big Wave Challenge por equipas, repetindo o triunfo alcançado na edição anterior e somando já a terceira vitória na prova organizada pela World Surf League. Um sucesso alcançado em condições extremas, num dia em que, como o próprio admitiu, a Nazaré “mostrou os seus dentes”.

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O big rider português, de 35 anos, fez dupla com o francês Clément Roseyro e foi o grande protagonista de uma edição marcada por uma das maiores ondulações dos últimos anos. Segundo Nicolau von Rupp, as ondas que rebentaram no canhão da Nazaré atingiram cerca de 25 metros, muito perto dos recordes mundiais. “Foi a maior ondulação dos últimos sete ou oito anos e a melhor desde 2014. Tivemos algumas ondas com um tamanho muito próximo dos recordes do mundo e ganhar nestas condições é especial”, sublinhou o surfista português, em declarações à agência Lusa.

A vitória teve um significado particular não só pela exigência do mar, mas também pelo contexto competitivo. A equipa luso-francesa somou 45,45 pontos na primeira ronda, com Nicolau von Rupp a contribuir com 23,46 pontos e Roseyro com 21,99. A margem foi mínima, mas suficiente para superar a dupla brasileira formada por Lucas “Chumbo” Chianca e Pedro Scooby, que totalizou 45,40 pontos. O pódio ficou completo com a equipa do britânico Andrew Cotton e do australiano James Carew, que somou 35,04 pontos.

Para Nicolau von Rupp, o triunfo em equipa tem um sabor especial. “É um prazer enorme ganhar em equipa, até porque este é um desporto de equipa. É um orgulho vencer e representar Portugal. Estamos muito felizes”, afirmou o surfista, que já tinha vencido a prova em 2022, então ao lado do brasileiro Lucas Chianca. O forte apoio do público, com milhares de pessoas a assistirem ao vivo na Praia do Norte, foi outro dos factores destacados pelo português.

A competição acabou por ficar marcada por problemas técnicos que impediram a realização da segunda ronda. Depois de concluída a primeira sessão, falhas de energia obrigaram a organização a cancelar a continuação do evento, uma vez que já não estavam garantidas as condições de segurança, sobretudo ao nível da luminosidade. Ainda assim, Nicolau von Rupp afastou qualquer polémica. “Todos tivemos as mesmas condições. Se houvesse segunda sessão, acredito que ia ser igual. Eu e o Clément estávamos totalmente focados na missão de revalidar o título”, garantiu.

Na prova feminina, a francesa Justine Dupont voltou a mostrar porque é uma das grandes referências do surf de ondas gigantes. A atleta, que competiu em dupla com o compatriota Éric Rebière, venceu com 19,87 pontos, repetindo o triunfo da edição anterior. A brasileira Michelle des Boullions, acompanhada por Ian Cosenza, foi segunda classificada, enquanto a britânica Laura Crane fechou o pódio, tendo como parceiro de equipa o português António Laureano.

O Tudor Nazaré Big Wave Challenge contou com a participação de 18 dos melhores surfistas de ondas gigantes do mundo, divididos em nove equipas de dois elementos. Cada atleta alternou entre surfar e conduzir o jet ski, num formato exigente que reforça a importância do trabalho colectivo. Apesar do desfecho antecipado, a organização considerou que a decisão foi a mais acertada.

Francisco Spínola, presidente da WSL para a Europa, Médio Oriente e África, elogiou os atletas e sublinhou a prioridade dada à segurança. “Foi imperativo não comprometer a integridade da competição. A vitória mais importante é quando os surfistas chegam em segurança à área dos atletas”, afirmou, classificando o evento como “um dia épico de surf”.

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Na Nazaré, o mar voltou a escrever história — e Nicolau von Rupp voltou a estar no centro dela.