Cristóvão Carvalho quer ser presidente do Benfica e não tem dúvidas: o clube precisa de um novo rumo, com uma liderança forte, um projecto de longo prazo e uma ruptura total com a atual gestão.
Veja também: Atenção FC Porto: Nulo entre Inter Miami de Messi e Al Ahly (VÍDEO)
Aos 52 anos, advogado, empresário e benfiquista desde sempre, apresenta-se como a principal alternativa a Rui Costa nas eleições de 25 de Outubro, prometendo um Benfica “diferente, moderno e global”.
Numa extensa entrevista ao jornal A Bola, Cristóvão lançou críticas severas à actual direcção: “Gastámos 1,1 mil milhões de euros em quatro anos para ganhar um campeonato e duas taças. Este Benfica já não serve. Vamos criar um novo.”
Um projeto para 12 anos, não para quatro
Ao contrário de outros candidatos, Cristóvão Carvalho recusa apresentar um plano de gestão apenas para um mandato.
“O meu projeto é para 12 anos, porque só assim se pode criar estabilidade, atrair os melhores profissionais e desenhar um plano de crescimento estruturado, como fazem os grandes clubes europeus”.
Veja também: Morata 'culpa' jogadores portugueses pelo penálti falhado na final da Liga das Nações
Criticando a continuidade entre os mandatos de Luís Filipe Vieira e Rui Costa, afirma que o actual presidente “não rompeu com o modelo anterior” e perpetuou uma estrutura “esgotada, sem liderança e sem capacidade para projectar o clube para o futuro”.
Liderança e competência: o coração da proposta
“Tenho experiência empresarial, liderança e, acima de tudo, sei escolher os melhores para cada área”, diz. Rejeita o perfil de presidente omnipresente nas decisões do futebol e promete um modelo de gestão profissional: “Não vou escolher o treinador. Isso cabe aos profissionais competentes que me irão aconselhar.”
Comunicação diária, estrutura profissional e transparência
Cristóvão pretende criar um modelo de comunicação interna e externa único, onde o clube terá um canal diário de informação institucional.
“O Benfica tem sido mal gerido em termos de comunicação. Isso aumenta a pressão interna e prejudica a estabilidade do futebol”.
Veja também: A tirada de Ronaldo com jornalista argentino que deixou tudo a rir
Defende ainda um funcionamento profissional dos órgãos sociais, com titulares remunerados a tempo inteiro, “sem reuniões ao final da tarde”.
As contas, os estatutos e os rivais
Sobre os novos estatutos, reconhece méritos a Rui Costa, nomeadamente a limitação de mandatos e a criação de um regulamento eleitoral. Lamenta, contudo, que a data das eleições continue fixada em Outubro.
Quanto aos rivais, é claro: “O Benfica não se pode calar quando é desrespeitado. Tem de marcar presença nas decisões da Liga e da FPF e não pode fugir à negociação da centralização dos direitos televisivos”.
Veja também: Hjulmand recomendado a colosso inglês: "É um capitão de calibre"
Formação, modalidades e internacionalização
Assumindo a formação como uma prioridade — “somos a melhor do mundo, mas há quem esteja a aproximar-se perigosamente” —, promete uma reorganização profunda. Também nas modalidades, promete “reestruturação e profissionalismo”. Mas a grande ambição é fazer o Benfica “crescer para o mundo”, com presença activa em vários continentes e um posicionamento global da marca.
“O Sporting tem hegemonia? O Benfica tem de inverter o ciclo”
Sobre o domínio recente do Sporting, recusa dramatismos: “O Benfica é o clube com mais títulos em Portugal. Mas tem de inverter o ciclo rapidamente. O próximo presidente tem de ganhar e reorganizar o clube em simultâneo. É um desafio ciclópico.”
«A minha candidatura vai até ao fim»
Recusa entendimentos ou fusões com outras candidaturas: “O meu projecto é disruptivo, todos os outros são de continuidade. Não vejo com quem me possa unir. Vou até ao fim e vou para ganhar.”
Veja também: Atenção FC Porto: Nulo entre Inter Miami de Messi e Al Ahly (VÍDEO)
Com a promessa de um Benfica profissional, global, transparente e ganhador, Cristóvão Carvalho posiciona-se como a oposição mais declarada à atual gestão. E deixa um último apelo: “Carrega Benfica!”