A passagem de Ruben Amorim pelo Manchester United continua a ser marcada por recordes — mas dos que nenhum treinador quer ostentar. Com a derrota frente ao Chelsea (1-0) em Stamford Bridge, os red devils carimbaram uma marca inédita e negativa: pela primeira vez na sua história, vão terminar um campeonato sem conseguir duas vitórias consecutivas.
Num clube habituado a lutar pelos maiores troféus e pela excelência, esta estatística é um retrato fiel da crise desportiva instalada em Old Trafford. Desde que Amorim assumiu o leme, o United fez 26 jogos, com um registo paupérrimo: 14 derrotas, 6 vitórias e 6 empates. O ciclo atual é ainda mais preocupante: oito jogos consecutivos sem vencer.
O que ainda falta?
A Premier League aproxima-se do fim e resta apenas uma jornada — frente ao Aston Villa, que, por sua vez, procura segurar um lugar na próxima edição da Liga dos Campeões. Para Amorim, vencer esse duelo significaria evitar igualar o pior registo de sempre dos red devils em número de derrotas e, pelo menos, fechar a temporada com um último sinal positivo… antes da tão aguardada final da Liga Europa, frente ao Tottenham, onde tudo poderá ser salvo com um troféu europeu.
A pressão não abranda
Apesar das palavras de serenidade do treinador português — que diz estar focado no projeto e determinado a inverter o rumo —, a realidade é que a contestação cresce a cada jornada. E com Roy Keane e outras lendas do clube a disparar críticas duras à equipa e aos jogadores, o clima à volta de Amorim começa a ficar insustentável. O próprio admitiu que “há muita coisa para mudar no verão”, mas terá o tempo necessário para liderar essa mudança?
A resposta pode estar em Bilbau, no dia da final. Até lá, o Manchester United vive entre o descrédito interno e a esperança europeia.