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Diversos
15/12/25 às 18:30

Sete adeptos do Sporting acusados de tentativa de homicídio de apoiantes do FC Porto

O Ministério Público acusou sete adeptos do Sporting pela prática de crimes extremamente graves, na sequência de um violento incidente ocorrido após um jogo de hóquei em patins entre Sporting e FC Porto.

Em causa está a alegada tentativa de homicídio qualificado de cinco apoiantes do FC Porto, num processo que envolve ainda vários outros crimes de elevada gravidade, conforme foi anunciado pelo próprio Ministério Público.

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De acordo com a informação divulgada no site oficial do MP, a acusação foi deduzida na passada quarta-feira contra sete arguidos, um dos quais reincidente, pela prática, em coautoria, de cinco crimes de homicídio qualificado, na forma tentada. Os factos remontam ao dia 10 de junho, no Lumiar, em Lisboa, após o quinto jogo das meias-finais do Campeonato Nacional de hóquei em patins da temporada 2024/25.

Segundo a investigação conduzida pelo DIAP de Lisboa, com a colaboração da Polícia Judiciária, cinco adeptos do FC Porto foram violentamente atacados, tendo sofrido agressões físicas e queimaduras que obrigaram ao seu encaminhamento para unidades hospitalares. A dimensão e a natureza das lesões levaram o Ministério Público a qualificar os factos como tentativa de homicídio, dada a perigosidade dos meios utilizados e a forma como a alegada ação foi executada.

Ainda de acordo com a acusação, os arguidos terão actuado em grupo e de forma organizada, no âmbito de um plano previamente delineado. O objectivo passaria por atear fogo às viaturas em que seguiam os adeptos do clube rival, com os ocupantes no interior. Esse plano terá sido parcialmente concretizado, tendo sido incendiado pelo menos um dos veículos, enquanto as vítimas eram impedidas de sair, agredidas com pancadas, bastonadas e apedrejadas. Durante o ataque, os arguidos terão ainda roubado objectos de valor pertencentes às vítimas.

Para além dos cinco crimes de homicídio qualificado na forma tentada, os sete adeptos do Sporting estão também acusados de 10 crimes de ofensas à integridade física qualificados, um crime de incêndio, cinco crimes de roubo — um dos quais qualificado e consumado e quatro na forma tentada — e ainda três crimes de dano qualificado. Cinco dos arguidos encontram-se em prisão preventiva, enquanto os restantes dois estão sujeitos a prisão domiciliária, vigiados por pulseira electrónica.

Este caso volta a colocar em evidência a problemática da violência associada ao desporto, mesmo em modalidades tradicionalmente afastadas do mediatismo do futebol. A gravidade das acusações agora formalizadas pelo Ministério Público sublinha a necessidade de uma resposta firme da justiça perante comportamentos que colocam em risco a vida humana e desvirtuam por completo o espírito desportivo.

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O processo segue agora os trâmites legais, cabendo aos tribunais apurar as responsabilidades individuais de cada arguido e decidir sobre os crimes que lhes são imputados.

Miguel Costa